sábado, 27 de dezembro de 2008

Que Bom!

Que Bom. Que Bom. Muito Bom. Perfeito.
Fui conhcê-lo e agora não sei onde se encontram meus calçados. é que para entrar em sua moradia precisei tirar os que usava. desse momento em diante passei a pisar em grandes folhas, apoiadas, por grandes nuvens, caminho prum sonho infantil. dentro deste, dois senhores, duas calças vividas, cuecas perdidas. um felino esperto que só. copos largos, transparentes... as obras de arte pouco falam de seus donos, mas muito dizem de quem convive com elas. explico: ser dono não é conviver, é preciso estar com a obra, fazer dela alguém, pedaço fundamental da casa assim como a privada. esses dois senhores sabem disso e o dono do monte mais ainda. monte é com e ou com i no final? não sei. mas pouco me importa a grafia das palavras quando quero tratar do som que fazem saídas de sua boca. seu tom menor, suave, gozo pequeno de quem saboreia cada buraco meu. pequenino trabalho com a essência, com o que fica quando tudo passa. é que você ficou por inteiro e ainda não sei nem se vou ter cadarços. a pouco tempo que aprendi que cadarço tem erre e não se escreve cadaço. pois é. o que me vale é ouvir você dizer e não saber escrever. o recurso da repetição presente não para tornar as coisas mais importantes, mas para torná-las mais longas. a gente tem disso. tem gente que diz que quando está próximo a quem gosta o tempo voa. sabe que não sei. é preciso aprender a valorizar o tempo e isso já começo a entender com você. não que tenha me explicado algo, mas a observação é fruto de meu maior ensino. o tempo não ousou passar depressa e pude viver cada segundo durando um segundo. faz tempo que isso não ocorria e me sinto feliz. quero mostrar meu sorriso no espelho, consertar meus freios para que eles possam cuidar de mim. preciso saber esperar, mas como dói a espera meu, minha santinha. lentilha. lentilha. lentilha. guardo ainda sobras do sabor. para trabalhar com ele é preciso ter compromisso. terno novo, sapato novo, gravata nova, blusa nova, tudo assim: reformado, repensado, com novos ares bebidos de séculos passados. é moda de brechó. blusa pra dentro da calça. tatuada. é assim. senta na rede. levanta da rede. faz poesia de mim com portas vinho. brinca de banheira azul retrô, mulher na banheira -pb- aroma da índia. tá todo mundo assim já? buscado fragâncias de outros. mas é que gosto mesmo quando falamos de nosso cheiro que vem da mistura de nossas peles com nossos perfumes. c-a-i-o! oi. é assim. assim deve ser. no fundo, longe, perto da garagem mora um portão. atenção!tirem os sapatos. estão entrando em um coração.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Valsa Número Seis

alegria.


alegria.


alegria.


coração.ah! foi como voar mais alto do que tínhamos planejado. rompemos o limite que nos tinham imposto e fizemos do céu espaço pequeno. a música. as pessoas. a cerveja. o zum-zum-zum. acho que tudo e todos estavam nesta mesma valsa que dancei com você. chorando exatamente aquelas lágrimas de alegria da tal falava. da qual falávamos. samba meu, samba seu. uma condução. um passo, dois, três... quantas voltas foram? rodopiando.


*


23


*


SP

domingo, 14 de dezembro de 2008

Três comentários e uma foto.

.Te ver hoje foi divertido. bastante. pensei em mil coisas. juro. uma pirueta, duas piruetas, bravo!bravo!

.Diz que queres perder. se perder. ter novas experiências. experimentar. mas com ele você sempre está. q quando relamo, não falo por mim. mas por ti.

.A apresentação das dores foi incrível. preciso divagar sobre isso. preciso estudar e acreditar na "minha" linguagem. preciso conversar mais com a Amanda. precisamos nos viver e nos ver mais em cena. precisamos produzir mais juntos. é preciso questionar a dor, o corte e o sangue. é preciso analisar o cultural e o agora. precisamos definir nossos limites e vivê-los. precisamos nos manifestar como artistas e dizer que não estamos em cartaz. choramos os dois. ali. plenos como a plenitude. um por dentro, outra por fora. e se nosso choro o transtorna, é pq vc, caro amigo, está precisando chorar também.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Céu de mim.

Ele me levou para ver para ver o céu e fez de mim assim. pequenino. abobalhado. sem palavras, mas feliz. fez de mim saudade, lembrança e felicidade. fez de mim azul cor bonita, branco suave, trabalho em texturas. fez de mim certeza de vale a pena sonhar. fez de mim pedaço de sua vida. nossa. fez de mim inesquecível como aquele cartaz com aqueles versos. fez de mim macio, sentado em forma branca de geografia ondulante. por isso, fez de mim relevo. alto. não era preciso levantar. o barato era ficar ali, de olho. nada faltou. estava tudo no seu lugar. café pra viagem, dois copos, duas bocas e até dois pacotes de bolachas havia. Das nuvens perdi a conta. Graças a Deus... só assim fico a pensar como eram enormes e numerosas. Pequenos amores tardam, mas não falham. disse ela. E eu, repeti. Disse a ele que não era uma indireta, pois era direto como o momento. Não me interrompa. Odeio interrupções. Aprende ele. E eu, aprendo amar. cada pedacinho desta história que pode não dar em nada. Mas quem foi que disse que é preciso viver de finais felizes? Aliás, aonde estão as histórias que pararam no meio? Talvez eu esteja vivdendo uma delas. Repleta de momentos, olhares, abraços e apreços. Apreço, adoro essa palavra. define muito bem algumas coisas. Talvez o destino se encarregue que fiquemos assim, paradinhos, no meio, para que o fim seja encenado por outros. para que esta febre de lebre siga rumo ao outros amores. a esperança me dói. ela esta na lista. mas hoje e em relação a, ela é amena, branda e quase gostosa. ela é sentimento de cetim que custa a ser enrolado e quando e desabrocha brilha só de um lado. são os oposto que nos guiam. são estrelas que caminham junto das nuvens. é tanto mar, meu deus. é tanto céu que as coisas ficam assim. perdidas, mas encontradas sabe? você me levou para ver o céu e eu agora tenho uma daquelas vontades. de estar ali, na varanda, segurando as mãos na grade branca, sentindo o vento no rosto, mirando o beijo azul junto ao sorriso de pessoas que amei durante 17 dias. lembranças. sim, elas também estão na lista. ah coração. que meu deu este nome e agora não sei mais como chamo meu músculo. ao dizê-lo, penso só em ti. borboleta pequenina. já é natal na cidade e as ruas já estão enfeitadas. só não é natal ainda aqui dentro. não sei o que vou me dar de presente, mas quero. não sei o que vou fazer nas férias, mas quero. estou em dívida com algumas pessoas e comigo também. quero ir a NY, quero ir sp, parati e itaipava. quero ir ao teatro, ao cinema e a minha casa. quero encontrar meu quarto e arrumar minhas estantes. quero catalogar meus livros e me sintir mais dono deles. do que eles dizem. quero abraçar minha mãe, estar com a vovó e comigo. quero produzir. fazer um cuso de direção de arte e mais um montão de coisas. me levou para ver o céu e me deixou assim. com vontade. com sabor de quero mais.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Por ele.

amanhã ele buscará todos os vícios. álcool cigarro droga boquete. só-pra-ver-se-consegue-aquele-olhar. quero a sua repreensão cortando o salão. quero nossa telepatia de volta, quero que diga: fica assim não, vem cá, vem. sejamos um, não três, um.

é, por ele.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O que me dói e o que me salva?

Ainda estou listando, mas prometo que esta lista termino.

*

peço-te: não repudie suas ações. faça-as. sempre. assim é que começarás a me conhecer de verdade. e eu, só trabalho com a verdade. sempre.

domingo, 30 de novembro de 2008

é que pouco sei do que quero.

guardei seu sorriso dentro de minha agenda e desde então sou só coração. sou só saudade do que não foi, do que ainda não vivemos, do que planejo e desejo. sou só amor, brega chic cafona hype. sou caminhar e caminhando em cada passo seu. sou estrada de tijolos amarelos onde todos seguem a mesma trilha. sou um teimoso que ainda acredita que as coisas podem dar certo. é, me entrego a você sem nem mesmo saber o gosto que seu beijo tem. sem nem mesmo saber que tipo de cuecas usa, sem saber seu doce e salgado prediletos, sem saber se sorri ou dorme depois. é que ainda nem pensei se vai suportar meus cigarros, meus eternos afagos, minhas fugas em direção a poesia em plena madrugada. não sei ainda se vai suportar minha agonias, minha dores pequenas e meu samba canção, coração. Mas mesmo assim me deito. me deito e em seu peito pretendo sonhar. sempre dizem que os sonhos não custam nada. grande, tolo engano. sonhos são tão caros que pago até hoje, em pequenas prestações, os que venho tendo com você. é que preciso de mais atenção. não sou de poucas palavras nem abraços. sou de laços. um dia me disse que encontraste com o carinho e dele, hoje, nem faz de conta. fico só. eu, você e o carinho. a chuva não finda desde que a ela demos outro significado. nem sei se posso dizer demos, mas digo. não sei até que ponto faz parte de minhas decisões, mas o desejo era que fizesse. fico só. eu, você e o carinho. fico assim... vendo passar de um lado para outro sem destino algum. queria que tomássemos mais cafés, que você segurasse minha mão e me levasse para ver o céu. é que quando coloca as mãos na boca, envergonhando-se, eu queria que o mundo parasse, estopasse e ficasse a te olhar. admirar. seus cabelos ralos, óculos que a pouco descobri. suas camisas de mensagem, seu relógio colorido e seu sorriso. seu sapato pé de pato, feito o meu. sua mochila com bottons sedentos por dizer algo. seu jeito tímido de ser, mas orgulhoso. o que se pode fazer? a população jamais atenderia ao chamado de uma simples avenca. santo deus, como as plantas sofrem preconceito. e como sofro por não me regares. e, por isso são regulares as dores e a perda da cor. como planta, reconheço que sou só tendência. mas não mudo de coleção junto à estação. mudo junto ao coração. ai sertão, ameniza a dor que sinto que é pouca, eu sei, mas enorme parece. vai sertão, traz seus gados pra cá, aduba novo pasto pra gente brincar? senti saudade da ciranda que fazia com meus alunos. sinto falta de meus alunos. sinto falta de aprender com eles e com você. ainda lhe devo. trevo. quatro folhas por apenas alguns trocados. sorte não anda brotando por aí, meu camarada. é. é, pancada.

*

arrepio.

domingo, 23 de novembro de 2008

Domingo.

Domingo.

um parabéns.
um abraço.
uma ligação.
um laço.
um saber que estão bem.
26,62.
bemdito.
maíra entende.
caio também.
nada
de
bengala
emocional.
me
leva.

=*

sábado, 22 de novembro de 2008

Lebres com Febre

Eu não sei, de fato, o que ocorre. Sei que ao ver você meu mundo se faz mais mundo. E as coisas podem ficar até bobas demais.

Como disse, foi primeiro a quitar uma dívida em tão curto prazo. Tá, eu ainda lhe devo bolachas. Prometo. Acho que vou começar a valorizar mais as pequenas revoluções e espero que realmente tenhas chegado em casa de sorriso aberto. Posso dizer que o meu, sorriso, ainda não cansou de abrir, embora no quarto eu me faça sozinho.

Olha que me fez uma pergunta e, não contentado com minha resposta, o céu mesmo fez questão de responder. Do fim de tarde, fez-se chuva novamente. É a lavgem corção, Do seu. É a esperança de uma boa nova para o adubar de novas terras. Ah, coração, desde que ao seu lado sambei, não abandono mais nossa canção. Canção essa, que nem nome tem ainda, mas não tarda terás.

Preciso dizer que me fiz surpresa quando disse que conhecias o conto que originou meu nome. Ninguém sabe desse nome. São singularidades... é preciso aumentá-las. Eu vou com o Caio, você vem com Clarice. te apresento a Hilda, a Ode e juntos fazemos um Cortazar. Te surpreendo com a suicída de Copa e vôce diz preferir os mais velhos, os mais antigos. Detalhes.

Cobri minha face com seu véu e por ele ainda me sento acolhido. O seu cheiro ficou: na nuca.

Peço que não estranhes, nem pese demais meus escritos. São leves, lebres com febre. Aqui é o lugar da poesia e tudo é motivo para e por. Se em seu jardim os integrantes moram tão alto, não vais estranhar pequenos passeios ao céu.

*

hoje eles se vão, levando junto um pedacinho de meu coração.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Tarde Sua.

Foi hoje que resolveram lavar o céu e a tempestade se fez num piscar de olhos. Pegou toda essa gente desprevinida e o que mais se viu e ouviu foi o retorcer das roupas fora do varal. Mas o problema maior não foi a blusa, o casaso nem o sapato de vinil. Foi que a cada gota que caía, quem se retorcia era meu coração.

Nesse pega daqui, torce dali o coração vai ficando pequeno, pequenininho, mas com tremenda elasticidade. dobra, desdobra, sobra. transborda. ah, coração. é que não paro de pensar com quanto ãos se faz sua canção. sabia? que a cada lágrima sua, era eu por inteiro quem me retorcia.

Nesse retorcimento. pega daqui, torce dali, parece que todos já encontraram o amor de suas vidas, de seus abraços e laços. eu continuo a buscar, apostando em olhares e complicados obrigados. apostando em novos jardineiros, mais férteis, menos cansados.

é que nesse pega daqui, retorce dali, fui eu quem foi pego.

domingo, 16 de novembro de 2008

Saba Nosso.

Ah coração. Faz assim não. Se ocê me chama prum samba, dele eu não quero sair nunca mais. Ah coração, diz assim não. Se eu sei que realmente dançamos ali, no escurinho, onde todos podiam nos observar... Vai, caminha teu destino, esquece este homem acrílico e volta pra mim. Vai, compra já teu regador de palha que eu mesmo providencio a água. Vai coração, pois quanto mais ocê vai mais vai querer voltar.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Uma saudade assim:

de doer o joelho
roer as unhas
amassar papel
enrolar cabelo
estalar os dedos
roçar os pés
morder os lábios
catucar espinhas
coçar as costas
coçar a barba
fumar um maço
sentir calor
sentir frio
desejar.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Complementar?

o ato de escrever faz falta.
mas a preguiça é quanse sempre maior.

fiz da sua casa minha morada, meu novo desejo e vontade. com isso, fiz ela virar para você a sua maior perdição.

vamos ao teatro para ver ou ouvir uma história?

o que é a junção de estruturas artísticas?

o teatro é sim uma arte vertical!

podemos falar de arte sem falar em vida, política, ética e sociedade? Não.

Todo texto (bom) revela pesquisas, opiniões, aprofundamentos... compreender e discutir um texto não é tirar dele suas idéias bases e abstrair para outros assuntos que sejam parecidos? ou, quem sabe, trazer outros exemplos que possam clarear as idéias do autor? se distante de nossa época, trazer o tema para a atualidade? Desculpem, pensei que fosse. Agora, tenho certeza, de que para compreender um texto e discutí-lo depois, antes é preciso lê-lo. Pois é.

A minha opinião é sempre minha e é sempre crítica sim. Sou uma pessoa assim e não vou deixar de ser. A discussão também deve partir da opinião, mas não do conflito entres elas, as diferentes. E sim, da pergunda: se há tensão entre nossos pensamentos o que podemos fazer? De onde este conflito vem? Como faz?

ai. odeio não ser compreendido.

beijoz para quem entende.
e socos para quem me irrita.

risada moderna.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Hoje você ligou.

A cada ligação sua, meu coração pula e eu acredito na felicidade, no amor e na amizade. Mais uma vez.

Da ordem de segurança ou da liberdade

Ando preferindo as multidões. Os centros dos centros, as ruas cheias de construções e pessoas que jamais caberiam em um bolsão. Ando preferindo grandes avenidas, ruas largas, passarelas ernormes... Tudo assim: esticado. Ando preferindo estar acompanhad0. Do lado dessa gente que não sei o nome, nem o que pensa e, muito menos, o que veste por debaixo das vestes. é que esse povo me inquieta, me traz devaneios, me leva para outro lugar. Quantas vezes, meu deus, quantas vezes não fiz o camiho e destino das pessoas com quem contraceno em plena cena aberta, na luz do dia. Quantas vezes nãs as casei, nãs as dei belos pares de chifres e inventei histórias de amor. Gosto disso. De me destrair assim. Brincar de escrever um pouco sobre o que não é meu e estou longe de conhecer. De por pouco tempo fazer parte de uma história que nem o protagonista sabe que ela está sendo contada. Mas não é por isso que venho gostando das multidões. Essas ações que disse, são trabalhos realizados pelo meu insconsciente (que depois se torna consciente) para que eu não me entristeça, não me aborreça no caminho de casa e nem deixe de andar por ai.

Venho, gostando delas, pelo fato de meio daquela gente toda me sentir apenas mais um e, mesmo assim, mais seguro. Ando com mais força, me sinto mais presente e dono de meu próprio caminho. Mesmo sabendo que possam existir,pelas ruas que passo, pessoas como eu que já me transportaram para suas histórias, para seus achismos sem eu notar. Gosto da segurança que o povo me traz. De me sentir acolhido. É um sentimento estranho... Eu sei. Mas é que tomei verdadeiro horros a ruas escuras, lugares pouco movimentados e com poucas pessoas e vozes. Estou até evitando grandes árvores teimando em fazer bosques ou parques. Tudo isso, no meu mundo, é reflexo de uma série de ocorridos. Do sintoma de medo urbado que desenvolvi e que vejo que jamais me deixará em paz. Ou melhor, vejo que jamais eu me permitirei ter paz. Não se pode mais ser tranquilo. É preciso aceitar este fato, meu camarada. Digo camara, mas odeio essa palavra. Na verdade, ela não passa de uma tentativa de se fazer mais íntimo, de ter um diálogo mais próximo com o receptor. Ora essa, receptor? Pois é.

Estamos vivendo o auge da liberdade e, de fato, assumo que não me sinto livre para porra nenhuma. Tudo que faço, considero como uma ousadia. Mas é preciso ser ousado ou então se deixa de viver. Não é de hoje que aprendi isso. Quando eu tinha dez anos tive uma crise de gastrite íncrivel quando os meus pais se separaram. Então eu fui pro hospital e essas coisas todas. O médico disse que eu deveria ter uma dieta séria e que as pessoas deveriam controlar minha alimentção. Evitar: ácidos em geral, gorduras em geral, corantes em geral, picantes em geral, refrigerantes em geral,... Meu camarada, (isso sou eu tentando me aproximar do médico) eu vou poder comer o que? Ele fingiu responder pois tudo que disse não se resume nem a um pequeno prato saboroso. Desde então, tornei-me audacioso e decidi viver. Como de tudo e de tudo um muito. Mas eu não tinha a menor intenção de falar sobre isso nem dividir este fato da minha vida.

O que me motiva a escrever no momento é a inveja. Tenho inveja de alguns conhecidos que tenho que conhecem de verdade a cidade onde moro. Que podem, com toda certeza, serem chamados de cariocas. Conhecem cada lugarzinho, as ruas a noite, o aterro de madrugada, o centro as escuras, os becos, as praias no nascer do sol, a praça quinze e etc. Por essas bandas, na verdade, todas eu só ando se a qualquer momento eu puder tomar um táxi ou então tenha certeza de que os ônibus por alí passarão. Sim. Tornei-me um neurótico. Um preocupado com segurança. Um preservador de valores e da integridade física e moral. Pensei por um momento que alguns fatos que ocorreram comigo poderiam ser facilmente apagados de minha memória. Tremenda mintira. Sei cada coisa me perdi, sei cada pedaço que me tomaram, sei como me senti frágil e indefeso, sei como tentei gritar e dizer: injustiça, sei como dobrei meu pescoço que, as vezes, ainda dói, posso lembrar com detalhes o encostar de minhas costas sendo imprenssadas no azulejo frio de um boteco no centro e mais um monte de outras sensações...

É impossível separar a memória emotiva da sensorial. O sentimento leva ao movimento que leva a ação que leva a sensação e por ai vai... Meu Deus, as coisas se relacionam todas e as pessoas aindam preocupadas com que dia é hoje. É tempo de fazer, minha gente. É tempo de mudar, de querer espaço de LUTAR por... Não sei o que fizeram de mim e venho a cada dia tentando viver melhor comigo. Me abraçando, entendendo minhas preocupações e acima de tudo: me respeitando. Venho tentando lidar com tudo isso que parace ser maior do que é na verdade. Venho tentando estabelecer uma linha entre o se conformar e viver. Ou viver e se conformar. Ou se conformar para viver. Ou viver para se conformar...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Frida


mudou minha vida.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Exercício para Ator II

Desde que você foi embora as coisas ficaram um pouco mais difíceis. Passei a comer mais, beber mais, usar mais e, o pior de tudo, pensar e sentir mais e intensamente. Foi aí que me trouxeram para cá. O lugar não é bonito, mas também não pode ser chamado de feio. Com o tempo, todo mundo se acostuma e os dias até podem ser divertidos. Me acostumei a ouvir os acontecimentos. Desde que você partiu, passo os dias em frente a janela, esperando o seu retorno. Este fato me dotou de uma incrível capacidade de imaginar o que ouço ocorrer atrás de minhas costas suadas. A janela o lugar mais quente desta casa. A voz das pessoas pouco condizem com seus corpos e isso eu só pude compreender com a janela. Estando nela. Criei um mundo meu onde todos choram e reclamam sua partida. Volta e meia, os gritos se intensificam, os passos ficam mais rápidos, os moradores agitados e minhas constas mais tensas. Tudo isso, no meu mundo, é reflexo do seu ir embora. Lembro-me o quanto você gostava quando eu me vestia de vermelho e íamos a praia. Não sou louco. Já disse. Mas eles insistem em me manter aqui. De tudo, o que mais detesto é a chegada de um novo hóspede. Depois de dois ou três meses na casa, o interno me nota. E nota também o meu vício janelar. Convida-me então para andar, passear, sair... Tentativas fracassadas. Com o tempo, entende que no meu mundo esses convitem soam como a voz do inimigo que não acredita que, um dia, você possa voltar. Depois, o novato, compreende que o que ainda me mantém vivo é este eterno esperar. O corpo ereto, as mãos calejadas de tanto apertar a tranca da janela sempre que vê alguém passar por ela. Um desses alguéns, um dia, pode ser você. Por isso, todas as manhãs, eu me arrumo, ponho vermelho e, no meu mundo, vamos a praia. Saio as vinte e horas para a janta, o banho, os remédios e, por fim, a recolhida. Quando eu morrer, quero ser enterrado com o túmulo aberto para que se, por acaso, um dia você passar por mim, saiba que eu lhe esperei até o fim.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Poeta.

Poeta, como eu queria saber se sou eu a musa por quem lamentas, por quem choras e se despenca. poeta, como eu queria saber se sou, mais uma vez, digno de sua atenção, de seu corpo e sedução. poeta, eu queria saber se tem minhas feições na hora da feitura de teus versos. poeta, se sou eu, não entendo porque não me procuras, não me olhas nem me buscas. poeta, não deixe o tempo passar assim desta forma. se sou eu que está dentro de ti sendo estorvo, deixe que desta crise brote uma nova alternativa. peço.

domingo, 17 de agosto de 2008

para encontrar-me.

eu queria poder mais uma vez pegar nas tuas mãos e tentar lhe dar algumas das respostas que tanto espero. se ia conseguir, não sei. mas quando se fala em amor, se fala em tentativa e nada é simples como pular amarelinha. na verdade o jogo da amarelinha está bem longe de ser algo simples. hoje é domingo, são duas e vinte e oito da madrugada e após longo e difícil cálculo cheguei a conclusão que por meu copor passaram, mais ou menos, cerca de trinta latinhas de cerveja e outras bebeidinhas ao decorrer do fim de semana. sinto-me cansado. não gosto de me sentir assim e o sentimento de não poder dividir nada disso com você me irrita. ando irritado e pouco tolerante. como as coisas podem se confundir tão rápido. já não dói mais tanto em meu peito a saudade que eu sinto. estou um pouco na fase do lamentar. quando você olha para você mesmo e diz, assim debochando como todo mundo anda dizendo, bem legal. bem bacaninha estar assim. a direção de agora está me fazendo reler contos que dizem de mim e muito já me disseram também. a tal ilha desconhecida. meu deus, lembro-me que a primeira vez que li desejei tanto poder conhecê-la. ou melhor, fazer dela minha própria casa. moradia. o amor de clarice que transpira pelo bonde me faz repensar um montão de coisa também. mas no momento vou ficar mesmo com o banal. com as idiotices da dona de casa e seus escritos para si própria. o livro da márcia ainda me traz inquitações e o ler junto ainda não sei se é a melhor coisa. talvez, seja melhor ler e comentar depois. junto não sei. ando com vontade de devorar as coisas. soube que alguns projetos estão em andamento e você não está neles. mas não sei o que houve e você também não me contou. lembra quando brincávamos de deitar na cama, olhar as paredes e depois de reclamar duas horas de tédio, levantávamos e caminhávamos em direção a loja de conveniências. chocolate para você. amendoim para mim. cerveja para dos dois e o dinheiro contado. isso tudo tinha uma graça enorme que não sei se rio ou se choro. hoje eu caminhei pelo lugar onde vivemos metade de nossa vida. meu deus, que saudade. que nostalgia. que sentimento de posso tenho sobre este lugar. ver a placa da rua, lembrar dos passeios, de quantas vezes fui ao seu encontro para encontrar-me. quanta cafonice dividimos. quanta caretice. quanta coisa boba das bobeiras mais bonitas. a vida continua e encontrar ela na lapa também me faz pensar muito em você. tenho saudade, mas tenho medo de procurá-lo. queria tomar um café. um cigarro. dois beijos e uma boa conversa. conserva esse gostar por mim que prometo no futuro dividimos uma caminhada, uma viagem um almoço. se lembra quando a gente fazia nosso próprio jantar? você adorava me ver pedindo-lhe que ascendesse o fogão. sempre tive medo de fogão. hoje, já não tenho mais. quantas vezes cantamos ao som de santa chuva, eu a me esguelar e você fitandodo-me com amor. aia.... voltar no tempo é impossível, mas como nos faz bem a memória, meu deus. escrevo tanto meu deus e pouco penso nele, de fato. é tudo vício de linguagem. a oralidade que se transporta para a escrita. eu escrevo assim mesmo, como falo. e como falo. quem sabe um dia né. quem sabe. mas é que agora transito por novos ares e tenho novos vocês. e este você novo ainda insisti em não querer dividir-se comigo. processo. cada um tem um tempo, disse. eu sei. mas que tempo cão, meu deus. olha aqui ele de novo sendo chamado. divertido reparar nisso. é. cinderela ainda não vai ao baile, mas continua sendo a mais bela. ohhhhhh não. não vai? pois é.

domingo, 10 de agosto de 2008

Certas Demais

Faça uma lista das suas certezas:
-
-
-
-
-
-
-
-

não são certas o suficiente.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

SEgunda

Segunda-feira:
quero ver você não chorar,
nem olhar para trás,
nem se arrepender do que faz:
TEATRO.

domingo, 3 de agosto de 2008

Domingo

Prometi a mim mesmo que iria tentar não voltar neste tema, mas é que tudo se relaciona a este fator e faz as coisas parecerem mais complicadas do que são. Aliás, venho percebendo bastante isso. Temos todos uma certa tendência a exagerar as coisas e colacá-las todas em última instância, no fundo escodendo o que verdadeiramente nos tira de nosso caminho. O que esta mais complicado agora é saber que caminho devo e quero seguir. Ou qual deles quero, mas não devo e todo o tipo de combinação que essas duas palavras possam juntas fazer. Estou me sentindo em uma sinuca de bico e não gosto nada nada de me sentir assim. Mas é preciso. Remoer está ficando chato, pesado e cansativo. Sinto meu corpo mais tenso e não consigo parar de pensar em dançar. A resposta da bolsa pro ballet sai essa semana e eu estou muito ancioso. Se não der, não deu. Mas confesso que ainda tenho uma certa aflição infantil que me faz odiar essas barreiras colocadas em nossa vida em razão do dinheiro. Ou melhor, da falta dele. Conversei bastante esses últimas dias com alguns amigos e vejo que estamos criando mais do relações intensas, mas sim dependências. Não sei da parte de quem e isso também não teria a menor graça definir. Eu gosto deste tipo de relação, mas ao mesmo tempo também as temo. Temo pelo simples fato de ter me construido um alguém que se livra das coisas de forma rápida. Este tipo de coisa, eu quero dizer. É necessário que todos saibam e se adequem a idéia de que os seres humanos precisam e DEVEM partir. De que a nossa casa é o mundo e de que as coisas não são infinitas. Quando chegar a sua hora, por favor, não faça lenga lenga. Faça sim, uma bela de uma despedida e vá. Vá respirar e viver em novos ares, novas poesias e bolsas. Vá colecionar novas manias e pessoas. Por favor, não faça da partida uma tempestade em vestido tubinho preto. Não deixe que as suas inquietações façam parte da preocupação das pessoas que estão a sua volta. Elabora uma mala exata: roupas, se for o caso, sentimentos, se for o caso, virtudes, se for o caso e coragem (é sempre o caso) e vá. É preciso compreender marinheiro e afirmo-lhe que é isto que venho tentando fazer desde nosso último encontro. Compreender que para mim você partiu e mesmo estando presente sempre é preciso pensar assim. É preciso mas não é quisto e está aí a dificuldade de escolha que me coloco perante aos caminhos pensados e repensados. A mente conclui, o meu coração não. E o meu corpo não entende. Não quer mais saber de outro e só de ti. Ainda está em estado de marisia dentro da própria arte que o mesmo produz. Ele não quer saber de desculpas nem muito menos de solidão. Ele sonha e me levanta da cama diversar vezes, pedindo-me que escreva, que produza, que marque cada vez mais esta saudade que ele insiste em sentir. A danã hoje é sim um projeto, um investimento que faço e espero colher frutos dele no futuro. Mas acho que no fundo, bem lá pertinho de onde a gente guarda a verdade do que somos, ela é também razão de procura por um espaço que se perdeu. Por um espaço que não é mais meu. Esperar é uma arte e eu aprendi isso com o meu neguinho. Ele sempre lá, eu sempre aqui. As dores são sempre dores e esperar é uma arte. Uma arte que deve ser encarada como ofício assim como houve na vinda dos artistas da França para cá na época que ainda funcionávamos na forma administrativa de Império. Voltei a ler Clarice e ainda não sei o que isso significa. Acho que foi o fato da Carolina ter lido a Lori e ficado muito impressionada e apaixonada. Não sei, talvez os comentários dela tenham feito com que eu perdesse um pouco do ódio que guardo de Clarice e voltasse a ter coragem de abrir mais as páginas de seus livros. Este ódio é claro que se chama ódio porque é amor. Se fosse ódio mesmo teria outro nome, talvez mágoa. Sei que não me expresso bem com as palavras e também não me esforço para. O meu dom sempre foi o da oratória e estou bem com ele. Sei também que quando sento em frente ao meu computador, como estou agora, começo a escrever um rastro de cem mil besteiras para camuflar o que nem eu mesmo tenho coragem de ver transcrito nesta folha de papel virtual. Aliás, apesar de ter este espaço gosto muito mais de escrever no papel. Acho mais sincero, mais meu, mais verdadeiro. A dança também tem essas coisa do dentro e fora. Dessa constante ir e vir que estamos sempre vivendo. Deste ligar o dentro com o fora e o fora com o dentro. É uma tarefa árdua, mas não podemos desistir. Conversei muito isso com a Simone ontem e na conversa eu pude ir descobrindo minhas conclusões que ainda não havia conseguido colocar em palavras. Escolhi o ballet para depois desconstruir. Escolhi o clássico para aprender a base e depois crescer. Escolhi o ballet pela leveza que o mesmo passa aos expectadores quando assistido. Mas esta sensação é só visual, pois por dentro os bailarinos estão morrendo de dor, contorcendo membros e esforçando-se ao máximo para manter-se na posição correta, internamente e visualmente correta. É disso que preciso. Tudo que faço hoje é agressivo, violento, vem de um teatro cruel que quer se manifestar como inquietante, como vávulda de escape para meus problemas e coisas mais. Mas não é isso que sou. Não é isso que quero. Dentro de mim a uma pessoa doce, leve, alva e é isso que quero mostrar. Quero falar sobre o pesar da vida de forma leve, tendo meus atores completamente mortos por dentro, feito migalhas, implorando com o olhar a atenção da platéia, a piedade e a compaixão. Quero ser por fora e pesado por dentro. Quero saber mostrar uma tristeza com os olhos dizendo que dentro há mais tristezas deste tipo. Se isso ocorrer, a verdade estará lá. Terei um teatro realista, mas não em conceito e sim em vida. Um teatro realista porque ele se faz sozinho. Se sustenta por seu próprio sofrimento e dor, mas é também ele quem controla o que pode e não pode ser transmitido. O que deve ficar nos bastidores e o que deve invadir o público. É dessa forma que vejo a dança e, no momento, o ballet. Pode ser que não seja nada disso, pois nunca dei um passo neste rítmo que estou me propondo a aprender. Mas eu não ligo, pois este é o meu imaginário e as minhas crianções vão partir dele e preciso respeitá-lo. Continuo ainda sentindo saudade das coisas que não vivi marinheiro. Estou precisando dar um passeio e lhe digo que essas férias pouco seriram. Tive poucas alegrias e uma delas foi SP, o que já era de se esperar. Tenho fé só não sei em que, que um dias as coisas mudam. Você muda de idéia e vem prá cá. Vem pra gente navegar junto, pra gente olhar o mar junto e brincar de saber aonde é que o outro tá olhando no horizonte. Vem pra gente falar dos antípodas e também falar da gente. "Vem, morena ouvir comigo essa cantiga, sair por essa vida aventureira, tanta toada eu trago na viola, pra ver você mais feliz...". Vem pra gente cantar a arte de dizer te amo. Pra gente molher o corpo e reclamar da água fria. Vem pra gente ficar horas e horas olhando um pra cara do outro e no final morrer de dar risada. Vem pra gente fazer poesia junto. Vem pra gente brincar de ir a padaria e sustentar família. Vem olhar pra minha cara com cão abandonado e me pedir café e cigarro. Vem pra gente derreter garrafas e mais uma vez ter uma parede assim dessas. Assim dessas não igual em sentimento mais da mesma estética e sensação de casa que a outra me trazia. Vem ouvir suas músicas estrangeiras que não entendo um só verso, mas me divirto com elas. Vem pintar o cabelo de mil e uma cores. Vem beber suco de cajú e comer pizza da loja vinte e quatro horas. Vem misturar tudo em mim e fazer de mim eterno fazer. Ah! marinheiro são tantos os desejos, oriundos de tantos lados e pessoas que eu nem sei mais por quem clamo ou espero. Eu só sei demais. E por isso digo que não sei. Mas sei. Esperar é uma arte e eu ainda te espero.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Espelho.

Olhar-me no espelho e ver. Ver a face escura que por vezes tento esconder. Olhar-me no espelho e me ver belo dentro de toda minha miséria. dentro de toda a minha cafonice. dentro das minhas pernas tortas, unhas ruídas de gralha cantora. Ver-me mais firme e fiel as meus pensamentos e criações. Ter coragem para fazer brotar e nutir. Ter razão e dignidade para lhe dar as mãos e assim seguir. Tudo pode paracer fácil, mas não o é. Um eterno batalhar. Trabalhar. Quero minha análise de volta e isso é tudo. Não, isso não é tudo. Tudo ainda está por vir... Preparar.apontar.vai: vou fazer ballet.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Um café.


Divertido notar que este blog começou com sua desdepida e, hoje, comento nele, uma visita minha à você. Você que me acolhe e faz de mim morador de ti. Que me apanha e aquece dentro de suas verdades. Antes não era assim. Era eu quem costumava dar conselhos, mostrando evidências. Mas neste dia, foi você quem o fez. E eu ouvi. Precisava. E você o soube fazer tão bem, que foi realmente ali que comecei, de fato, a acreditar mais, querer mais e entender esse nosso ser eterno.Rodam em minha cabeça até agora suas palavras. A cada passo e nova ação, gerando consequências sempre. Gosto de você. Sabes disso. Gosto, pois foi o único que fez promessas e cumpriu. Disse depois da linda viagem, lindo encontro ou qualquer coisa do tipo: vamos nos ver, vamos ser amigos, adorei te conhecer. Você o fez. Hoje somos amigos e nem sei como classificar o nosso tipo. Andei lendo sobre este tipo de amor... Sobre o nosso amor não se lê. Muito menos se fala. Acho que é por isso que acertamos e vamos acertar sempre. Sabemos nos mantar em silêncio, fazendo segredo de todo e qualquer encontro. Tolos, aqueles que pensarem em imagens eróticas e coisas assim...sem pudor. Nosso amor ultrapassou esses limites e hoje nos encontramos pelo olhar. Cuidamos um do outro pelo toque e nos reabastecemos para a vida através de abraços. A vida no Rio de Janeiro, volta e meia, chora por um abraço seu...sorriso, essas coisas. Mas sempre nas coisas ruins existem boas. Essa distância nos faz forte. Donos do que sentimos e completamente representantes do que somos. Essa distância nos afirma que suportando isso suportaremos tudo. Essa distância nos afirma que somos reais e que o distanciamento nos trouxe a visão perfeita da obra. EVEAT.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Decisão.

O Júlio não decidiu
Mas eu decidi.
Meu lugar não é aqui.
Essa cidade não aceita a minha dor,
Não sabe ouvir calada,
Minha sincera mágoa,
Meu pesar,
Meu sofrerdor.
Eu preciso ter espaço
Para poder cantar
Com todas as vozes do mundo
O bem que naquele dia
Você me fez.
Saudade.

Que a sua lagoa há de secar!

Recém-chegado. Um pouco mais tranquilo, mas ainda pesado. Ver você, paulicéia desvairada, e tudo que o seu nome engloba, me traz a sensação de que as coisas podem dar certo de novo. De que o o sol nascerá no dia seguinte e os anjos dirão amém. O cinza de seus olhos continua o mesmo. Mas posso jurar que consigo ver beleza neles. Em sua pele seca, sua expressão fatigada e violenta. É que gosto do seu glamour despretencioso e irônico. Gosto de ver os meninos e as meninas subirem e descerem a Augusta assim como li no conto do Caio. Fiz a cabala para tentar colocar as coisas no eixo, recomeçar. E então, surgi o outro. Vindo não sei de onde. Dentro do meu passado ainda presente, não sei...........Veio com tamanha fúria, pegando-me de surpresa, derramando sobre a cama e meu corpo todas as suas novas intenções, inquietações. Contava as novidadas como quem descobre o mundo e seus segredos sagrados. Disse-me que agora está disposto. Que não quer mais mentir. Quer assumir e se deixar levar pelo sentimento que chama de vida. Reclamou do afastamento e tudo mais.... Era uma defesa minha, eu disse. Todos precisam se defender. Meu deus. Ele chegou e por tanto tempo desejei esse momento que agora não sei nem se o quero mais. Não sei conduzir direito suas horas, encontros e cores. Eu preciso me cuidar e pensar...é tudo muito longe, louco, novo... novo, mas conhecido. Vai entender..nem eu entendo. O mundo da voltas Clarice. Cada vez mais seus escritos ficam claros, nítidos. Me chama prum café?massagem no pé?eu faço. Cada vez mais os pingos dos is vão sendo colocados e os jacarés tem suas lagoas secas...Pois é. Faz um pouco de frio e eu queria saber cantarolar uma música de ninar. Sempre sofro com a volta, mas sei que volto mais forte. Mais crente e quente.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Classificados.

Estão em liquidação alguns agasalhos de meu armário.
São de muitas pessoas muitas das roupas que me uso.
Meus livros já foram de muitos, por isso os chamo de verdades.
Minha parede é verde-bandeira e minha mãe a taxou de insuportável.
Minha cortina compartilha comigo cetin e cara-de-puta, cor vinho: que minha vó acha pesado.
Meu computador é preto, mas minha irmã queria o branco: mais leve.
Minnha pele: clara.
Meus olhos e cabelos: castanhos.
Estatura: da média para a pequena.
Meus amigos: ótimos.
Minha família: pequena.
Meus desejos: querências possíveis.
Meus sonhos: da ordem do indizível.

***

Vende-se um coração pronto para amar.
Procura-se uma casinha para morar.
Vende-se carinho e afeto.
Procura-se receber o mesmo.
Vende-se beijos e loucuras.
Procura-se doce e travessuras.
Vende-se compania.
Procura-se caminhar de mãos dadas.
Vende-se amarelo manga.
Procura-se vermelho tão tão.
Vende-se uma avenca partindo
Procura-se quem, junto comigo, possa estar indo.

***

algumas páginas de meus classificados mais que variados.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Pré.


Eu vou..eu vou praí. Vou porque, talvez, lhe vendo eu me renove e consiga mudar. Aí! como é bom saber que vou poder conversar com você. Mesmo sabendo que vai ser bem rapidinho, só o fato de saber, quase, muda tudo. Mande avisar as outras plantas que dessa avenca aqui também sentem saudade. Eu sei que há. Eu vou... vou para voltar. Melhor, mais bonito. Sabes que até cortei os cabelos para poder lhe encarar melhor? Sentir seu frio em minhas entranhas e poder, de fato, ser seu e meu mais uma vez. Temos pouco tempo e, por isso as coisas precisam ser feitas de forma rápida, mas não menos intensas, tensas. Eu vou... vou para aprender a voltar.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Palhaço de um circo sem futuro.


Eu sei que todo carnaval tem seu fim. Mas é desse que sinto mais saudades.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

É minha.

"...É meu troféu, é o que restou, É o que me aquece sem me dar calor Se eu não tenho o meu amor, Eu tenho a minha dor..."

em razão da falta de coragem. da falta de impulso e enorme vontade. de dizer que em mim, me dói. e que ficaria enormemente feliz em saber que também dói em você. não é vingança nem muito menos mau sentimento. é só saudade.

domingo, 6 de julho de 2008

Teimosia ou bicho-de-pé.

é fome.
há de comer,
mas não come.

e isso eu não sei o que é.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Ética do desaparecimento.

Faz pouco você se foi sem eu lhe permitir partir. A cada dia que passa, dói mais a saudade que sinto de você. Isso tudo pode parecer um pouco paradoxal, pois sempre dizem que o tempo é o melhor remédio para este tipo de coisa. Não sei. Mas acho que nessas horas a gente desacredita de tudo e fica difícil se apegar a qualquer tipo de crença. Eu entendo. Já disse que sim. Mas mesmo assim ainda me resta a maldita pulga atrás da orelha. Avencas não deveriam ter orelhas. Só assim ficariam livres desta maldita que insiste em vir sempre nas horas erradas. As inqueitações agora pouco tem a ver com você e a sua conduta. Pelo contrário. Após esta breve digestão, amplio o processo que inciei de auto-questionamento a partir daquele instante. Não. Já disse também que não me arrependo das minhas atitudes e nem sou desses que aprecia chorar as pitangas derramadas. O que me envolve é o ato de remoer até o fim essa angústia que me toma feito um furacão. Troco o bom humor pela ironia como quem troca de roupa após o ensaio. Assim, rapidinho sem pensar. Sabe? Não sabe. Talvez este seja um erro meu. Talvez não. Bom, essa resposta sim o tempo poderá dar e por ela eu não anseio. Meus seios? Sim. Eu sei. Estão crescendo a olhos vistos e já não sei mais o que fazer com eles que, de tão grande, não foram capazes de fixar-se em seu corpo. Talvez o peso deles. Pois é. Ainda tem isso. Geralmente, pois hoje em dia não se pode generalizar mais nada, tudo que é grande pesa também. Como todos podem ver, aos poucos, as linhas das dificuldades vão se traçando com facilidade e clareza. No momento, pouco me importo com elas. Pois também era enorme o número de facilidades e isso também não foi capaz de mudar o fim da história. Se é que ela já tem um fim. Bom, o meu desejo é claro. Ele consiste na torcida para que este momento de confusão e conflito seja, de alguma forma, passageiro e que outro final possa ser construido pelos narradores da fábula. Um final que, na verdade, desenrole um começo que, por sua vez, dê espaço a um meio e também a um fim. Sim um fim. Tudo na vida acaba, menos o amor. Este não. Este fica. Sofre mudanças mais fica. E ainda digo mais, a todos que já amaram, não tentem fugir de seus fantasmas, pois eles lhe assombrarão até o estado terminal de suas vidas. O que precisa ser feito é transformar esses seres em amiguinhos camaradas, assim como o gasparzinho, e olhar para eles como quem olha para o que um dia lhe fez completamente feliz e satisfeito. De boca cheia. Eu sei. Não é fácil, mas também não é impossível. Eu fui capaz e ainda continuo sendo. É tudo uma questão de prática, pode acreditar. E como esse é um exercício silencioso e interno, ele pode durar séculos sem atrapalhar o andamento da vida de ninguém, além da sua. Ou da minha. Não sei mais se escrevo para mim mesmo ou para outra pessoa. É horrível quando se perde o fio da meada. A narrativa vai ficando longa demais para pouco assunto. Mas afinal, o que é assunto? Hoje eu vou me permitir falar. Faz tempo que não escrevo assim e, confesso, andava precisando. Acho que disse isso aqui, outro dia mesmo. De fato, o que me dói não é o passado e sim o medo de ter de abandonar todo um futuro que, em mente, já havia planejado, sonhado. Antecipado? Pode ser que sim, mas é preciso aceitar como as coisas funcionam dentro de mim. Saiba, avencas praticam poucas atividades e estão sempre em busca de mais um raio de sol para se deitar, dedicar, pensar na melhor forma de recebê-lo e tudo mais. Como diria o paulistano: são essas coisas todas que tornam tudo maravilhoso e, ao mesmo tempo, cafona. É esta saudade do futuro que me trava o coração, impulsionando meus sentidos. Perdão. Mas mesmo não declarados eles querem mais. É a força do vício ocasionada pelo bem feito. Digo bem feito, do feito com qualidade e não bem feito de bem feito. Ai, ficou complicado?...As paredes não esperam ser pintadas para depois se sujarem, a grama não espera as crianças para depois crescer, os carros não esperam as ruas para depois passar assim como o desejo não espera o corpo e a forma para poder existir. Eu sei que disse não esperar. Mas não posso mentir para mim mesmo e, no momento, é só isso que faço. Meu Deus... minhas lamentações parecem até de uma Luisiana mal amada em busca de seu saxofene. Eu não estou a procura de nada. Na verdade, bastante coisa que queria já encontrei. Acontece que neste pique - esconde eu precisei trocar de esconderijo.

sábado, 28 de junho de 2008

digerindo...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

saudade de futuro

é complicado receber milhares de informações e conseguir, de maneira satisfatória, filtrar todas com qualquer tipo de segurança. Ainda mais quando se escreve assim, sem receptor. Fica tudo um pouco vago, a deriva... e eu não sei se esses elogios e palavrões são para mim. Se dizem ou não dizem algo sobre minha pessoa. Vai ver que de repente fazem parte de criações enormes do poeta que, eu, jamais terei entendimento suficiente para respirar. Vai ver que tudo não se passa de um grande engano e, mais uma vez, sou eu quem deseja estar preso em suas linhas. Vai ver um monte de coisas e o caralho a quatro. Esta noite não tivemos janta. Nos alimentamos de um simples e saboroso hot dog e quando isso ocorre, eu lembro de você. Lembro porque nossas noites são assim, nada planejadas, arrumadas de última hora com o alimento a mesa e um fast sex de sobremesa. Tudo assim, feito loucura saindo quente do forno quente de lenha quente. Mas fico a dialogar. Mas com quem? Se a única coisa que me ouve, de verdade, são meus próprios ouvidos, quando insisto em repetir-lhes a maneira e o modo como me sinto. Sei que não deveria pensar tanto, mas penso. Penso no mínimo uma vez em cada parte do dia. Só não penso quando durmo, pois meu sonho se banha única e exclusivamento pelo que só me faz feliz e jamais poderia trazer qualquer tipo de sofrimento a minha pessoa. Pensa que eu queria estar assim? Falando sem parar e vendo as palavras sairem de minha boca como vômito? Não, eu não queria. Queria poder falar em meu jardim, pois faz tempo que não o olho. Queria poder falar sobre o meu ofício, sobre as coisas que estão dando certo, sobre o que não está... Mas acontece que quando algo de maior acontece, entende? as coisas ficam assim, todas ligadas, entrelaçadas e falar disso é falar de tudo ao mesmo tempo sem saber. Hoje não jantamos e isso me fez lembrar você. Eu não sei se a perfeição é o caminho para as coisas, mas garanto que um pouquinho de desejo por ela é sempre bom. Pelo menos eu acho. Perdoa-me por tirar-lhe do eixo, fazer você pensar em coisas que talvez não deveria. Perdoa-me por atrapalhar sua vida, fazer você dobrar a esquina. Perdoa-me ou então não. Não diga nada e as coisas continuam assim. Com o tempo tudo se anula. Um novo porto se abre e, mais uma vez, o marinheiro parte. Peito aberto, cordão lançado no corpo e no coração só saudade. Saudade de um futuro e das coisas que ainda não viveu, mas já poderia ter vivido.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Dos dias do não saber...

É que aquele dia doeu em mim e foi bem próximo ao fim.Já és rosa em meu jardim e pouco fazes para manter o vermelho de suas pétalas. Talvez eu que, na verdade, tenho me apegado ao péssimo hábito de regar tudo sempre com muita atenção. Não sei. De fato, não sei e posso dizer que venho me perguntando todos os dias. É um contínuo e inesgotável exercitar da mente. Cansativo, mas prazeroso. É que o amuleto existencial já está pronto faz tempo, sabe? Acho que ele não aguenta mais ficar pendurado no comprido e largo quadro de metal ao lado da janela. Não sei. De fato, não sei se é o amuleto que já não aguenta mais ou o meu coração. Esta dúvida explica-se, pois na época de sua feitura, objeto meu, foste tão pensado e elaborado que viraste coração e, hoje, essas coisas se confundem e já não sei mais separá-las com devida precisão. Estou muito mais para a estética simbolista do que pertencente ao naturalismo, realismos e suas verossimilhanças. O que importa no momento é o significado, a forma que se expressa, o momento e tom. Se causa impressão, não sei. Sei que também posso afirmar que, no momento, cansei do impressionismo e suas tentativas falhas de criação do espaço, da poética da atmosfera. Eu quero sentir o espaço, o momento, viver de forma intensa e muitas vezes. Como chave que pertence a fechadura e as duas nunca se cançam de ir e vir neste ciclo sem fim. Abre, fecha, fecha, abre. O difícil é saber a hora certa de executar tais ações. Pois as portas com que dialogo, levam a lugares muito mais profundos, intensos, tensos e esquisitos. Aquele dia doeu em mim e, confesso, estive perto do fim.

domingo, 22 de junho de 2008

Das piadas sem graça que amo.

PICA PAU
MARTELINHO
BORBOLETA COM SOLUÇO.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

duende. não existindo.

Pois é. eu perdi toda razão quando o vi descer as escadas. não impedi, não gritei, nao chamei. só tive coragem de esboçar um gesto para que percebesse que estava ali, parado a espera de um agrado. pois é. eu perdi todo o raciocíneo que havia prometido ter. seguir depois de dizer tudo aquilo que lhe disse. as coisas, ás vezes, paracem fazer pouco sentido. na verdade, acho que sou eu que ando precisando ver sentido em tudo. foi. eu prometo. foi ele quem disse isso pra mim. assim na lata, como quem não deve e não teme nada. silêncio. eu me fiz silêncio. precisava pensar diante de tão forte grave afirmativa. pensei. julguei. voltei atrás. disse, mas agi como se não tivesse dito, pois é isso na verdade que eu deveria ter feito. não dito. mas já tinha ido, já era sabido e o melhor agora era não fazer nada. não dizer nada. só olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio. e um beijo aconteceu. mais um. e depois dele vieram mais montes e eu percebi. percebi o quanto era preciso estar ali, viver ali, morrer ali, naquele momento. afinal, morrer era lindo.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Impressionante vírgula. eu hein.

Afinal, onde é que foi parar o impressionismo cênico? Tenho a leve impressão de tê-lo perdido pelo caminho ou então deixei, sem querer, ele cair pelas escadas enquanto subia depressa, procurando nossa nuvem. Sabes que ainda não parei? Tenho certeza que um dia ainda vamos encontrá-la. Assim, como quem não quer nada, em uma mesa de bar ou mesmo no cinema. Juro que acharia demais se pudéssemos cruzar com ela em uma sala de teatro. Não sei porque, mas me ocorre que nuvens não vão muito ao teatro. Acho que o espetáculo teatral é coisa séria, é prá lá da ordem do indizível, e se elas fazem chuva em cena aberta a coisa ia ficar feia. Além de tocados pelo o que foi visto, o públiso sairia completamente molhado e pesado, pois as lágrimas de nossa nuvem choram amor.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

diz logo, vai!

então,
é isso.
pode parecer forte,
mas no fundo
não o é.
é calmo como a brisa
e veloz como o vento.
é sentimento.
feito de amor
e também cimento.
ah, marinheiro.
eu preciso sempre poder falar
ser sempre eu
não perder meu amor.
prefiro as coisas assim:
claras, ditas, lúcidas.
para que não existe farsa
para que não desgaste o esmalte
para que não ultrapasse
o limite deste passe.
assim marinheiro.
um porto
uma saída
duas bocas
uma conversa
meu lenço
meu pano de cobrir as orelhas
tudo assim:
quentinho para proteger do frio,
que tarda,mas sempre vem.
pronto, falei.
fugi do disse, me disse, não disse.
abri minha bolha invisível
e disse.baixinho.
que é pra não fazer alarde.
sentimento não arde.

domingo, 15 de junho de 2008

Ah! Marinheiro.


Se um dia você for embora para nunca mais me amar, eu lhe peço: deixe o mar.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Laços

DOS TAIS LAÇOS HUMANOS

Baseado em três contos de Lygia Fagundes Telles "Natal na barca", "Uma branca sombra pálida" e "Apenas um saxofone".Sucesso de público na VII Mostra de Teatro da UFRJ, o espetáculo conta a história de cinco mulheres e da maneira particular como encaram a vida.

Grupo 6 Marias e Meia

Direção: Luciana Barboza
Ass. Direção: Caio RiscadoElenco: Duanny Dantas, Kelly Coli, Mariana Couto, Thaísa Areia e Thaís Inácio.
Cenário:Elisa Emmel e Bia Barbiere
Ass. Cenário: Mathias do Valle
Figurino: André Von Schimonsky
Produção: Ramón Sampaio e Ricardo Lemos
Local: Teatro Ziembinski – Rua Heitor Beltrão s/no – Tijuca(em frente à estação São Francisco Xavier do metrô)
Temporada: De 14 a 29 de junho
Horário: Sábados e domingos, às 20h
Ingressos: R$15,00 (inteira)R$7,50 (meia)

Adoraria a presença de todos.
=]

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Nova Definição.

Nas curvas de minha cafonice, pela habitual fumça de meu cigarro, sobre a minha voz de gralha assumida e as minhas pernas de saracura, alimento a fome que tenho de você.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Iniciação.

iniciei-me
em uma outra vida.
ou esfera.
amarela
seja lá qual cor for.
iniciei-me
para te entender melhor
esta sina que está em ti
de nada querer maior
de se contentar com o pequeno
com o pobre, pormenor...
iniciei-me
para clarear as coisas
para abrir as janelas
ligar o ventilador
e pedir ao movimento
que leve com ele
a dor que sinto:
leve dor
a dor doce do amor.



rimas fáceis
calafrios
...

sábado, 31 de maio de 2008


Eu queria também, além de lhe pedir desculpas como fiz agora no telefone, lhe dar de presente esta foto, este ir embora do sol. Onde podemos ver o burburinho da Paulista e o Conjunto Nacional com sua linda cachoeira colorida. Na verdade, é para me dar alegria e alegrar-te também.

Nada mais é igual depois deste avião.

Esperado

Aconteceu. E agora aparece a repetição do clichê. Infelizmente, é preciso constatar que onde há alegria também há sofrimento. Acho que vou me perguntar sempre, ao longo de minha vida, onde se esconde a razão que torna as coisas assim, difíceis. Eu que tanto desejei este momento, agora, me vejo aqui, remoendo as consequências do mesmo. É de uma alegria que não cabe em mim. É como usar um par de sapatos três ou quatros vezes maior do que o número que costuma calçar. Sinto meu corpo pulsar, meu coração agitado, tudo se resume a uma postura inquieta, uma pilha de nervos. Quando tudo parace estar bem, há sempre alguém querendo estragar. Já disse, eu entendo, mas não posso compreender. O entedimento e a compreensão são instâncias, pelo menos para mim, um pouco distantes. Peço desculpas por talvez estar acelerando as coisas. Por não saber dar tempo ao tempo... É que dessa vez, acho que é mais uma vez real, entende? Consigo e quero ver um futuro a partir do ocorrido. Mesmo já tendo vivido tudo isso, me comporto sempre como se fosse a primeira vez. Não por escolha, porque acho que este tipo de comportamento lida com o espaço do incontrolável, inacessível. Eu já quero estar com você em muitos minutos, lhe abraçar, ficar horas a fio admirando suas feições e as dobras de seu corpo. Quero ter mil crises de riso e saber saborear cada vídeo teu, arrumando para cada um, um elogio sincero e uma crítica pautada. Eu quero ver o levantar de suas sobrancelhas e sua cara quando se envergonha. Quero dividir meus cigarros, minhas músicas e sonhos. Quero ir a padaria e voltar cheio de sonhos na sacola. Não sou marinheiro de primeira viagem, como já disse, mas a compra de um novo barco requer sempre novas estratégias. Navegar não é fácil, mas nem por isso é preciso temer. Em alto mar encontra-se de tudo. Grandes ondas, sujeira, golfinhos, lindos nascer e por do sol e tempestades como esta que já estamos vivendo. Seja ela pouco ou muito significativa para o que nos une... Sempre gostei de dificuldades, mas lhe asseguro que a disputa não me enche os olhos, pelo menos este tipo. Quero ter você se quiser ser meu. Nada posso fazer para alterar seus sentimentos, mas confesso que torço para que eles sejam esta crescente erupação que são os meus agora. Faz pouco que lhe vi e já sinto uma saudade daquelas. Receber sua ligação é como receber um presente, mesmo o assunto dela não sendo muito agradável. Mas este assunto, eu entendo e compreendo. Pois ele vem de você. Desculpe se fui apressado ou coisa parecida, mas não faço mais parte do clube que esconde seus sentimentos e desejos. Eu sou fiel as minhas vontades e pretendo continuar sendo. Até breve, assim espero.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Onde dentro de mim?

Estou sentindo falta das coisas compactas. Estou sentindo falta do fácil acesso às mãos. Estou, na verdade, no meio de uma grande mudança. Não sei como lidar. Entendo que é preciso esperar, mas até quando? Já faz muito e o tempo continua passando. Vão se fazer poucos e eu já estarei aí. Que saudade... Nunca tive um sentimento que não pudesse comentar. Agora tenho: este. Este, que de tão seu, me fugiu o controle. que não sei mais onde entro, termino, nem como me chamo perto ou longe de você. que não me estipula regras de conduta, que me deixa assim solto, mas que me pega de surpresa. Eu que nunca precisei dar satisfações a ninguém, agora me vejo as dando a minha própria pessoa. Tornei-me um vigilante de mim mesmo e posso dizer que esta experiência não é legal. Eu queria poder telefonar. Fazer pipoca no microondas. Lavar a roupa suja, entende? Realmente acredito que dentro de situações cotidianas os diálogos fluem com mais facilidade. O ator de fazer uma ação, gera um comentário que desemboca em outro e, quando se vê, já se forma um assunto. Devíamos ser assim. Aceito um convite para arrumar seu armário.

***

são quatro. um fica. outro vai. dois esperam. outro volta. um continua no mesmo lugar. dois lametam a partida.espero.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Desejo

eu queria um lugar onde a gente só pudesse se amar.

"com o teu sexo junto ao mar".

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Definição

O nosso amor é amor de iglu.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

...para as nossas bicicletas.

bolinha
bolinha
bolinha
quadradinho
amorzinho
feliz
roda
sua
bicicleta
aqui.
juntinho
da minha.
assim,
isso!
amo
você.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O menino. A menin. A a. E

Fazia tempo que o tempo não ficava assim por aqui. Ela estranhou e eu também. Vegetais costumam ser bastante sensíveis a quebras de temperatura e outras mudanças deste tipo. Leu no jornal que as coisas só tendem a piorar. Se atualizou sobre a nova Ética, a dos apaixonados, que insistem em dar pareceres individuias onde só existe uma postura cabível: ou se faz pelo coletivo ou não se faz. Pensou em cortar os cabelos, mas logo se alembrou que ainda não havia terminado de cumprir o seu último contrato capilar consigo mesmo. Andou pelas ruas, esqueceu de perguntar o valor do ingresso para o show do dia quinze... Durmiu tarde, acordou cedo. Gripou, o caitado. Foi chamado atenção. Mais modos, roupas também tem orientação. Mas que saco, ora essa. As coisas são assim, disse mamãe a mim. São assim. Mauro deito-se e não viu o sol nascer. Já Lúcia, ficara de pé, anciosa para ver os primeiros raios de sol adentrarem a sala e fazerem aquela linda sombra no chão através dos cantinhos da persiana. Em casa de vovó, janela sempre com persiana. Não entende cortinas modernas e acha as de cano reto um desperdício de espaço e também um pouco modermo demais. Gosta do que é velho, mas de forma alguma se declara antiquada. Sabe viver. Antes fazia sua própria padaria. Hoje, tem quem faça por ela. Não por gosto, mas por necessidade e carinho. O menino, a menina e a avó. Vestiu-se, combinando cada item de sua idumentária com o seu descombinar habitual. Uma última piscadela para o espelho antes de deixar o apartamento, segurança. A água, o cigarro, o óculos, a bolsa nova, o sapato um grama, o dinheiro, o cartão que dá mais dinheiro, a identidade, o comprovante de estudante, o caderno, as canetas, tudo junto assim meio torto meio duro meio mole. Ele foi.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Procura-se nossa nuvem.

Foi tão rápido que nem eu mesmo sei explicar. No ínicio ela não era de ninguém.Depois, era um achado que virou um segredo. Após a primeira divisão, ficou sendo minha. Já na segunda, passou a ser dele. Na terceira e última tinha como missão voltar ao meu pertencimento. Mas não o fez. Procura daqui. Procura dali. Nem eu, nem ele e nem ela, que em momento algum apresentou querer pela branquinha, conseguimos encontrá-la. Então, alerta: procura-se uma nuvem. Branca, pequenina, ao ponto para chorar. A nossa nuvem deve ter ido chover em outro quintal.




Ao novo dono: por favor, se possível, colha nossas gotinhas e nos mande por e-mail.Grato.

domingo, 16 de março de 2008

zip.zap.bong.

A muito tempo que venho reparando em seu comportamento quando está perto e também longe de mim. Você, parte intensa de minha vida, que muitas vezes me recriminou por tais atitudes, hoje, vem as tomando como melhor solução. Não entendo. Na verdade, procuro não entender para não me magoar. É preciso estudar muito para compreender o ser humano, mas existem conhecimentos pequeninos que podemos adquirir de forma rápida e pouco cansativa. Eu realmente esperava... realmente.

***

"...um soluço e a vontade, de ficar mais um instante..."

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

ái de mim.

Se eu... Se eu me apaixonasse por você, eu viraria escravo desse nosso amor. Guardaria com, com todo cuidado, o maior do mundo, as estrelas que sonha em guardar e um dia entregar. Se eu me apaixonasse por você ia querer muitas noites de colorido. Corpos desenhados, rabiscados, riscados. Eu ia querer morar no apartamento, mas ter o quarto como local preferido. Ia deitar ao seu lado no chão e deixar você me fotografar até cansar. Ia passar horas no banho pensando em como e com o que poderia lhe ajudar a criar mais e melhor. Se eu me apaixonasse por você eu me mudaria agora. Levaria na lancheira poucas coisas além de sorrisos. Não ia me encomodar de ir a padaria todas as manhas nem de lavar a loça depois que você saisse atrasado. Ia ter um trabalho que me desse prazer onde eu ditasse as horas das reuniões, encontros e etc. Se eu me apaixonasse por você, talvez, eu até poderia pensar em trocar a marca da minha pasta de dentes.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

06:05 da manhã.

É bastante estranho saber que você está, ao mesmo tempo, perto e longe de mim. Sei exatamente que faz pouco tempo que nos conhecemos, mas já começo a pensar em você em relação as coisas. Ouvir carinhos seus já fazem parte de minha rotina e é disso que tenho medo. Faz tempo que venho tentando tomar uma decisão, mas não consigo. Talvez porque ela esteja envolvida com o que existe de mais puro em minha essência: conhecer pessoas. Faz tempo também que o processo de montagem da minha última peça se findou, mas parece que, só agora, ele está fazendo sentido para mim. Alguns dizem que é preciso passar pelas coisas e depois ver o que elas podem lhe trazer de bom, o famoso "tirar proveito das situações" mesmo que elas sejam ruins. Na verdade acho que nem posso chamar o que sinto agora de um proveito. É mesmo um sentindo que vem se infiltrando, cada vez mais, por debaixo do meu tapete. As linhas que aquela mulher escreveu e que depois cinco outras deram vida, volta e meia, me aparecem novamente. São os tais laços humanos. Dentro do processo tinha certeza do significado deles para a montagem, mas não para a minha vida. E, hoje, parece que tudo começa a fazer um pouco mais de sentido. Arrisco ser realmente impossível se bloquiar deles, dos laços. Nesse mundo em que hoje vivemos onde as possibilidades são cada vez maiores, para eles acontecerem, é preciso tomar cuidado. Mas que tipo de cuidado? É este o tipo de pergunta que venho me fazendo, mas sem sucesso no quisito encontrar uma resposta. Acho que ela está longe de vir. Talvez eu precise mesmo viver isso tudo e depois chegar a alguma conclusão.

***
Sexta-feira tenho o último encontro com o homem que me ajudou a trazer um pouco mais de sentido para a vida. Não por vontade própria, mas pela decisão de outros que ainda não atingiram certo nível de sensibilidade e, friamente, não acreditam neste tipo de trabalho. É claro que consiguirei viver sem ele, mas assumo que sentirei muitas saudades. Saudades de planejar o que contar, de olhar para ele e, muitas vezes, me ver ou então ver alguém representante de pura inquietação. Saudade do seu jeito de me colocar na parede, me fazer pensar, questionar até a roupa que eu estou vestindo e na maior sinseridade possível dizer: " hoje você não se arrumou, aconteceu alguma coisa?" e perceber, na verdade, que esta pergunta era eu quem me fazia enquanto perdia meia hora em frente ao guarda-roupas decidindo o que vestir. As escolhas sempre foram claras e quando há a demora, nesse caso, é porque algo aconteceu, concluíamos. Agora vou precisar concluir sozinho, mas assumo que gostava de dividir com ele as dores e delícias de ser o que se é.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O tempo arte, arde.

Andei pensando muito nisso por estes dias. Pensando sobre o que faço, sobre o que pretendo ser quando crescer, sobre o que quero mostrar com a minha arte, mesmo sem saber, de fato, como esta se chama. Hoje, sei que estudo um teatro de origem clássicas onde se torna cada vez mais difícil enquadrar ou encontrar uma razão para sua existência. Hoje, sei que venho também trilhando um estudo sobre as artes visuais e que pouco aprendo. Aprendo a, mais uma vez, reafirmar meu pensamento que gira em torno não do que é produzido e sim na forma que este produto é vinculado. O contemporâneo. Onde é mesmo que ele se encontra? Para mim, hoje, este moço tão falado por todos do meio está em qualquer lugar, basta dizer que se inspirou em algum fulano do renascimento e trouxe para a atualidade o tipo de pesquisa que o mesmo desenvolvia. Basta fazer uma colagem ou até mesmo pintar um quadro com os seus próprios espermas e chamá-lo de origem da vida que estás sendo contemporâneo. Lá, naquela casa onde tudo é permitido, tento me enquadrar de alguma forma, achar um significado mais sério dentro das coisas que produzo, mas quase todo esforço vai em vão. Mais uma vez, eu que sempre fui bem provido de uma magnífica oratória, basta falar no máximo cinco minutos bem embromados que bosta vira ouro. Cansei. Na outra casa, onde também tudo é aceito, mas com um pouco de sigilo, consigo ser um cadinho mais eu. Talvez, porque com o teatro eu tenha mais experiência se comparado a uma folha em branco tendo ao lado um pote de nanquim a encarar-me. Eu não sei onde tudo isso vai chegar. Nunca fui de ter medo do que gosto e quero fazer... Acho que o que tenho são dúvidas. O caminho não é fácil Avenca querida. Teatro? Meu Deus, mas porque não direito. Mais uma vez repito, prefiro ser um artista não reconhecido e mal remunerado do que um engravatado desempregado. Neste ponto, a minha classe é superior. Talvez só neste, mas isso é assunto para outro dia. O artista nunca está desempregado, pois ele pode criar sozinho, em dupla ou em grupo. Sua matéria prima é a imaginação e o despertar da criatividade. Digo despertar porque o melhor de ter idéias boas é o momento que elas surgem e não elas em si. Cada momento desse que deve ser pesquisado, o porque daquilo, o porque do vento e do asfalto cinza. Idéias boas se não forem questionadas logo são corrompidas por seus próprios criadores. É sempre assim... Eu começo a escrever e me perco em minhas próprias idéias. É assim que a coisa funciona. A abstração. Queria tanto que as pessoas aprendessem que também é possível criar com a lógica. Vejam os matemáticos. Embora até hoje não entenda bulhufas do que eles fizeram e como chegaram lá, posso reconhecer que muito trouxeram ao mundo e os considero verdadeiro artitas. Esta conversa toda já está virando um pé no saco. O foco é continuar e ser flexível para lidar com o inesperado. Sim, sou libriano e ser flexível é crucial para se relacionar comigo e com minha arte, seja ela qual for. Tenho saudade de minhas colas coloridas, mas também não quero usar delas no momento. Elas precisam de espaço. Também cansei de prendê-las, podando seus respingos. Mas as danadas me encaram todos os dias. Ainda não pintei a calça que me prometi. Não entrei na academia, nem muito menos fui visitar São Paulo. Não fiz nem metade das coisas que esperava fazer. Mas fiz outras. O tempo vai ser preenchendo de uma forma que se não mantermos rédea curta perdemos o controle. Eu perdi o meu. Só existem mais duas semanas de férias e isso não da tempo para quase nada. Tempo, taí um assunto que vou discutir bastante neste ano de dois mil e oito. Interpretar um personagem que carrega consigo a tão falada moral da história não sei muito bem se é a minha cara, a minha praia. Mas o ator precisa se desafiar eles dizem por ai. Perdão, mas isso para mim não é desafio e sim mais um exercício. Bom, esperamos bons frutos apesar de não sermos cristãos.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O mundo do campo em um campo minado

Calcinhas mofadas
Roupas brancas no varal
Mulheres com calor nas entranhas em razão dos pesados e longos vestidos
Governantas safadas
Criadas mal educadas
Crianças precóces
Homens de negócios
Homens de família
Homens da vida
Velhas chatas
Verdes em abundância
Charretes
Carroças
Vilarejos
Ar puro
Pura mesmice
Grandes banquetes
Bordados
Jóias, perolados
Um calor que só vendo
Tesão reprimido
O tio enrustido
O leitero
Máquina de escrever
Máquina para tear
Tecido
Fazenda
Renda


ai.


O mundo do campo em um campo minado.
***

Fim de coca = depressão pós parto.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Três Bares Fechados

Existem duas formas das coisas acontecerem e eu não me vejo, de forma alguma, obrigado a escolher uma delas. O fato é que estou, na verdade, perdido entre as duas sem saber em qual acreditar. Crença não é decisão. Sempre fui do tipo que esperou e ainda espera um grande amor, viver mais uma vez o primeiro encontro "mais bonito de todos", sentir os pés levantarem, ouvir sininhos e todos os mais variados tipos de clichês que formulam a idéia de uma grande paixão. Parece que este sentimento se instalou em meu peito e não consigo ver saida para outro modo de iniciar. Mas eu sei que elas existem. A conclusão é que preciso dar uma segunda chance para mim mesmo. Acreditar que nem todos são do tipo que apostam todas as suas fichas em um primeiro momento. Acreditar que poemas, canções e flores podem chegar a qualquer hora. Acreditar no amor e no carinho que se cria. Ser mais tolerante e perceber que nem todos precisam ser igual, quer dizer, perceber que nada será nunca igual. Tudo isso pode parecer mais um aglomerado de reclamações e idéias idiotas sobre esta temática tão recorrente. Mas não me importo. O que importa no momento é ter noção deste telefone que toca. Deste carinho que ultrapassa quilômetros e não deperdiçá-lo. Saber que do outro lado existe um coração que também quer ser amado. E se, esta Avenca que vos fala, não estiver preparada para corresponder a todo este tipo de galanteio, que seja corajosa para ser sinsera e dizer um lindo: adeus. Doloroso, mas verdadeiro.

***
Ele me ligou e, quase, me desmanchou. Quase fez de mim, mais uma vez, objeto de sua imaginação. Como eu queria que estivesse aqui. Iríamos pintar cavalos, comer brioches, azucrinar os vizinhos e dançar nosso tango. Iríamos ter cigarros comunitários, um só isqueiro e intimidades compartilhadas. Eu lhe colocaria para dormir e, se permite, essas coisas todas.

***
cinderela.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Ele.

Ele só queria que alguém o estivesse esperando em algum lugar do mundo. Não precisava ser perto e nem muito menos fácil de chegar. Ele só precisava saber que, em algum lugarzinho, alguém abria a janela todas as noites tentando com a ajuda da brisa sentir seu perfume. Que recitava versos e continua. Que muitas vezes já não só pensou na música do casamento dos dois, mas também na festa inteira, incluindo as vestes dos convidados mais importantes. Que alugou filmes pensando em rever ao seu lado. Que comprou a coleção inteira de um livro sobre gastronomia e a sua distração anual foi desbobrir qual seria o prato preferido do casal. Que experimentou camas, analisando colchão por colchão. Que já comprou os potes de tinta, mas não implicaria que com a chegada do novo hóspede as cores fossem trocadas, conversadas. Que já preparou o jardim e sabe das necessidades do mesmo. Que já pensou aonde levar Alegria para brincar e com quem ela ficaria durante o horário de trabalho da família. Que já montou a sala de jantar em estilo agradável pronto para receber visitas. Que colocou na casa vigilância vinte e quatro horas. Que não só pensou nos dois, mas também nos amigos e por isso fez mais quartos que o necessário. Que estipulou o salário dos empregados e entrou em acordo, mesmo sozinho, que uma empregada seria suficiente. Que já fez de tudo, tendo até já escolhido a roupa que usará no dia da chegada. Mas ele esqueceu de avisar: aonde está, aonde é esta casa, como se chama e como fazer para encontrá-lo o mais rápido possível. Ele se alojou nos sonhos e volta e meia aparece para me perturbar. Cada vez parece ter uma tatuagem nova, sabe cantarolar uma nova canção, mas não perde a oportunidade de me galantear com antigos sambas de roda. Ele vem quando estou desarmado, pois parece que sempre sabe como me levar as lágrimas. Ele diz para eu não me preocupar, me apaixonar por outro que ele vai estar lá, sempre, me esperando. Ele diz que eu não deixe de viver, não deixe as oportunidades passar. Mas o que não compreende é que ele seria a melhor oportunidade. O que não compreende é que sem ele meus clichês não tem graça. Que não quero dividir o travesseiro com mais ninguém. Que ao lado dele eu quero ser cafona e dividir o macarrão feito a dama e o vagabundo. Que ao lado dele eu quero usar uma daquelas blusas com declarações de amor. Que ao lado dele eu sairiria fantasiado todos os dias na rua mesmo sem estarmos no carnaval. Ele pede para que eu siga, mas estagnou. Parece, ás vezes, que me diz que preciso crescer, viver um pouco mais para poder viver mais ao seu lado. De certo, não sei quem está mais certo nisso tudo. Se soubesse como encontrá-lo já o teria feito, pois nunca fui um ser humano que soube esperar. Mas como não posso faze-lo, prefiro confiar nele e continuar seguindo, esperando o dia em que me escreverá seu endereço e telefone em uma bola de futebol americano, que acertará minha cabeça quando estiver passeando na praia. Eu quero tombar de amor.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

ATA-ME

Tenho 23 anos e 50.ooo pesos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Partículas de vocês.

Ver você me renova o dia. Lembrar-me de como é atrapalhado e do jeito todo que se complica para explicar as coisas. Gosto de rejuvenescer com você. Saber o que anda lendo... Meu Deus! e como lê este menino! Estar ao seu lado, saber dos seus planos só faz aumentar a minha crença de que sim, podemos e devemos ter um mundo melhor. Pelo menos fazer o que está ao nosso alcance para melhorar as coisas, pelo menos em nossas áreas de atuação. Gosto da sua esquisitice, do seu jeito tosco de se vestir, da maneira ousada que corta os cabelos e não se preocupa com eles. Gosto da sua aparência como um todo mesmo ela sendo um... Pouquinho cafona demais? Pode ser. É como costumo dizer, quanto mais tempo passa, mais feio você fica e mais belo te vejo. Eu não sei o que ocorre, mas sei que não é paixão. Acho que as coisas andam meio perdidas entre os limites do amor e da admiração. A coisa assim é mais fácil, quando não é avassaladora. Bom, pelo menos para mim. E como esta situação ainda n se trasformou em um diálogo, julgo-a produtiva. Ver você é lembrar da minha adolescência, das dificuldades que passei e sei que ainda vai passar. Ver você é compreender dar mais atenção aos amigos do que ao namorado. Ver você é pregar peças, passear no parque, sentar na Urca, olhando os onze meninos correrem atrás de uma única bola. Ver você é me divertir. É quase não me aguentar de tesão em ver que és fisicamente preparado. Ver você é falar sobre maconha, sexo com amigos, descobertas. Ver você é discutir teatro, saber dos novos autores e suas grandes madrugadas virtuais. Ver você é, sei lá, querer correr na chuva gritando barbaridades em espanhol mal falado. Ver você é brincar sempre de improvisação, preenchendo, é claro, o espaço. Ver você é saber das suas preocupações com o cabelo,reclamar que a chapinha, que já classifiquei desnecessária, pode desaparecer se pegarmos chuva ou umidade demais. Ver você é ouvir "tipo" demais em diferentes tipos de tipos. Ver você é, quase sempre, ver a moda também. Ver você é ver sua cueca e analisar as marcas que usa. Ver você é admirar seu guarda-chuva grande e preto. Ver você é relembrar de obrigações com a faculdade. Ver você é querer ser mais ativo e dar o meu melhor. Ver você, ás vezes ,é querer receber um elogio. Ver você é criticar os outros e rir do exagero mal representado. Ver você é compreender a sua impaciência com a literatura e os seus ataques de burrice. Ver você é ver dois, é ver tantas coisas outras, que seria mais fácil se você fosse um só. Apenas um.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A 3

Eles fazem planos para futuros amores, quer dizer, para futuros corpos. Eles comparam experiências sem minimamente saber o que elas significam para seus respectivos donos. Falam de desejo, sexo, gozo, a dois, a três, a quatro e, na maioria das vezes, esquessem- se que atrelado a todas essas regiões do prazer também estão os sentimentos. Mas eles são grandes, super-heróis do falo e sabem lidar muito bem com este tipo de situação. Até certo ponto. Tudo na vida é até um certo ponto. Naquele ponto onde é o seu que balança. Onde você se abre a uma possibilidade de perda. Porque ali, na sua cama, em uma noite de amor, outro amor pode estar sendo iniciado, desejado e ,ousaria dizer até, mais vivido que o seu. É por essas outras que prefiro me guardar e dar a minha opinião quando solicitada. Fora isso, o que eu tenho para lhe dizer, querida samambaia, é que eles não te amaram. Acho que, em alguns momentos, puderam até sentir muito carinho e afeto por ti. Mas amor? Eu não posso desperdiçar a gramática como muitos por aí o fazem. Só eu sei.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Frase de efeito.

Eu não quero alguém que me vista e sim que me dispa!

saudade.
ciúme.
vontade.
amizade.
amor.
calor.
chuva.
carinho.
sorvete.
baralho.
tv.
cigarro.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Eles dois.

Ele me disse que isso tudo na verdade pode ser só bloqueio meu. Como se eu estivesse vivendo em um mundo onde minhas escolhas se restringissem ao "o não viver". Como se todas as barreiras ,que tanto reclamo, fossem inconscientemente forjadas pela minha própria pessoa. Descordo. Pois também como haveria de concordar? quando de todas as partes, sempre, sou quem formula menos obstáculos. Quer saber de uma coisa? Cansei. A gente as vezes precisa cansar, parar de tentar mostrar algo de valioso ou, quem sabe, produtivo aos outros. Hoje ele sorriu para mim... Passei o tempo do trajeto do onibus inteiro conversando com ele. Falei das cores da praia, contei que hoje pela manha, bem cedinho, o céu se abriu em um arco-íris lindíssimo, falei dos restaurantes, do novo botequim que inaugura essa semana... só não tive tempo de falar das meninas. Este trajeto que faço no dia de hoje não é dos maiotes. Aliás, ele é curtíssimo. O meu nível de conversa que é acelerado. Provavelmente ele não deve ter entendido nada, como não entendeu também tantas outras vezes quando lhe dizia coisas simples. A simplicidade as vezes engana. Uma sábia criança, soube por história, após algum tempo de explicação da tia, a ela, sobre o que é importância, concluiu: importância é um copo dágua. Não é divino? Só porque a tia, ingenuamente, havia usado o copo como um exemplo de fácil acesso para a criança compreender,mas elas enxergam além. E parece que nisso a tia não estava ligada. Hoje me disseram que choveu pela manha... Eu não sei. Durmia. Sei que não fiz nada do que ainda preciso fazer. A vontade é de tomar um chá. Queria uma mesa bem arrumada,coberta com uma toalha marfim repleta de bordado nas pontas. Um jogo de bules e etc. todo branquinho, mas com respingos de tinta, para dar um colorido na mesa. As comidas poderiam ser das mais diversas. Quando se tem um chá como esse, acredito eu, o que se ingere torna-se menos importante em razão de todas as outras coisas que se fazem presente. Para a criança, por exemplo, o chá se tornaria importante se todos tomássemos um copo dágua, antes ou depois da refeição. Tenho certeza de que ela não se importaria com a ordem. Ordem... este lugarejo que habito é só desordem. E dentro de mim... acho que não vou falar sobre os líquidos que circulam dentro de uma avenca. É, fiquei sabendo: quem se mete com o amor, saudade sente.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Amar.Te no carro.

Amar
Te em pedaços
Amar
Cada inho seu
Amar
Te sem arrependimento

Para que no café,
você me beije.
No almoço,
me coma.
No jantar,
amar.

Te empazinar

Faz pouco se foi

Faz pouco você se foi e já tenho saudades. As coisas aqui com você parece que ficaram mais vivas. Nunca fui bom em despedidas. Mas também não quero me acostumar com a idéia de que todos um dia tenham de partir embora venha tentando me relacionar melhor com ela. Sem você as coisas estão um pouco desertas, perderam o ar de brincadeira e viraram coisa séria. Quando por aqui estava, também tirei férias mesmo sendo você quem viajava. Prourei não pensar em meus problemas, na razão das gelatinas e no porquê dos humanos. Talvez, seja por isso também que sua partida me machuque tanto. É que ela, além de tirar-lhe de mim, traz consigo um bilhete não-premiado, diga-se de passagem, de volta para a realidade. Nunca fui desses de fugir dos obstáculos e nem pretendo me tornar um. Mas não posso deixar de dizer que esta rotina inventada, planejada com detalhes e carinho é capaz de fazer qualquer um perder a cabeça e rasgar os papéis que insistem em permanecer e cima da mesa. Não quero mais assinar documento. Pelo menos por enquanto. Agora quero cuidar do corpo. Uma avenca precisa estar bem nutrida para que não perca, como de costume, a atenção alheia para a samambaia ou então para o girassol. São tantas plantas a crescer nesta casa, que eu nem mesmo sei mais onde arranjar espaço para tanto vaso. Fora aqueles que, uma vez ou outra, ganha-se de brinde (lembrancinha - eu odeio essa palavra) em festas, eventos, lugares onde julga-se chic cumprir este tipo de ritual. É madrugada e você, provavelmente, já deve estar durmindo. Essa é a primeira noite que não lhe cubro. Queria verificar se lavou as mãos, tirou as coisas do bolso e não esqueceu nada na rua. Queria ver ser peito nu, seu sorriso tímido e os olhos que vão se fechando devagarzinho quando o sono vem. Faz pouco você se foi e eu não fiquei muito mais de uma hora sem pensar em você. Quase liguei para o quarto de mantas viajdas avisando que, mais uma vez, recebiram visita. Mas não, foi apenas uma confusão da minha cabeça. Peço paciência. Ora! avencas não podem ser sempre espetaculares. Estou sem sono. Queria que estivesse aqui para olhar o seu rosto e perguntrar-lhe inqueito: já está durmindo? e você iria dizer que não sempre na tentativa de ficar pelo menos mais um pouquinho em minha compania... Corte as unhas. Esses prazeres foram meus e de mais ninguém. Preciso de um rádio novo, livros novos com cheirinho de novos, principalmente. Preciso me matricular na academia, comprar um tênis pois não se pode malhar de all star e também retocar a tatuagem. Preciso aprender a viver sem você, mas isso eu faço rápido se acredito na idéia de que cumpre suas promessas e refaz este caminhos. É Neguinho...