terça-feira, 24 de junho de 2008

Dos dias do não saber...

É que aquele dia doeu em mim e foi bem próximo ao fim.Já és rosa em meu jardim e pouco fazes para manter o vermelho de suas pétalas. Talvez eu que, na verdade, tenho me apegado ao péssimo hábito de regar tudo sempre com muita atenção. Não sei. De fato, não sei e posso dizer que venho me perguntando todos os dias. É um contínuo e inesgotável exercitar da mente. Cansativo, mas prazeroso. É que o amuleto existencial já está pronto faz tempo, sabe? Acho que ele não aguenta mais ficar pendurado no comprido e largo quadro de metal ao lado da janela. Não sei. De fato, não sei se é o amuleto que já não aguenta mais ou o meu coração. Esta dúvida explica-se, pois na época de sua feitura, objeto meu, foste tão pensado e elaborado que viraste coração e, hoje, essas coisas se confundem e já não sei mais separá-las com devida precisão. Estou muito mais para a estética simbolista do que pertencente ao naturalismo, realismos e suas verossimilhanças. O que importa no momento é o significado, a forma que se expressa, o momento e tom. Se causa impressão, não sei. Sei que também posso afirmar que, no momento, cansei do impressionismo e suas tentativas falhas de criação do espaço, da poética da atmosfera. Eu quero sentir o espaço, o momento, viver de forma intensa e muitas vezes. Como chave que pertence a fechadura e as duas nunca se cançam de ir e vir neste ciclo sem fim. Abre, fecha, fecha, abre. O difícil é saber a hora certa de executar tais ações. Pois as portas com que dialogo, levam a lugares muito mais profundos, intensos, tensos e esquisitos. Aquele dia doeu em mim e, confesso, estive perto do fim.

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