quarta-feira, 14 de agosto de 2013

quarta-feira, 3 de julho de 2013

quarta-feira, 12 de junho de 2013

4:43

é incrível como uma simples e rápida imagem pode ter o poder de nos atravessar. fui ver agora o vídeo-registro da passagem da Lucrecia por aí e me peguei emocionado com a aparição, de um segundo, do Guilherme. não consegui prestar atenção no que as pessoas diziam: o meu olhar só queria buscar ele na tela, só mais uma vez. tive que rever o vídeo para poder, de fato, ouvir a Lucrecia. mas mesmo assim, mesmo que tímido, mesmo que não querendo assumir para mim mesmo, e talvez por isso seja mais fácil escrever para você, estou chorando. não é por saudade, não é por paixão e nem por amor. parece que o meu corpo encontra no choro um alívio para aquilo que ele julga como desperdiçado. como na fotografia: o passado congelado. o guilherme está assim: parado no tempo de dentro de mim.
obrigado, chics.
venha logo.

carinho.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

habitando ruínas.
tudo aquilo que toco,
já não me pertence mais.
habitando ruínas.
tudo aquilo que toco,
já não me pertence mais.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Lá e cá:

criando ruína.
cavando buraco.
não vendo a ponte.
pensando em suvaco.

de repente,
já é semana que vem.
passa num instante
e a gente nem sente.

daqui a pouco
eu vou estar do outro lado.
do lado de lá
onde mora,
agora,
o menino de cá.

na verdade,
verdade mesmo,
tudo é imagem.
projeto de corpo,
pensamento e
pele.

eu queria poder estar aqui e com ele
ou queria poder ter a certeza
de que
estando lá
lá eu permaneceria em sua companhia.

quarta-feira, 13 de março de 2013

cravejando o guilherme.
é realmente estranho ver as fotos do seu quarto postadas no facebook.
você trocou a cama de lugar?
a tv não ficava atrás do mini sofá?
cadê o pufe que escondeu o meu casaco?

ruína.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

saudade é o meme da minha vida.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Veranear ou da resposta em flor:

essa sua história de decompor-me, não sei, eu gosto. parece que me olho de fora por alguns instantes e nem sei se reconheço o que está escrito ali, mas fricciono, deve ser eu quem você diz, deve ser alguma parte minha, vesguice que escapa, que você olha e me coloca ali, em palavras narrações que me obrigam a te olhar também, a te escrever também, a pensar em você, querer te ver de novo, saber o que te incita a decompor-me assim, tão bonito. gosto do seu contraste, o preto no branco, o pelo longo no peito pequeno, alguma relação anatomica nos aproxima, o tropeço bêbado que vamos dançar, eu não sei ainda como tropeçar em você, deixar me cair, quando falo em queda, quando falo que só tropeçar é um problema, é porque a queda é entrega, espatifamento eu sempre espero, nem sempre consigo. mas vou me deixar florear devagarinho, pra ver o que acontece, que galho eu agarro, descobrir tuas inúmeras pernas, cheiros, estampas que guarda, o que tem debaixo da barba, tuas palavras rápidas, pensamentos gigantes humanos sensíveis, elaborações tão racionais de sentimentos crus, eu não sei chorar, você sabe. até amanhã.

Florido

O Guilherme desceu a rua. O Guilherme desceu a rua em flor. O Guilherme desceu a rua e não olhou para trás. Enquanto o Guilherme descia, era eu quem subia, fazia o caminho de volta. O choro é singelo, casual, quase cotidiano - alguém poderia dizer. As lágrimas não pesam e brotam com tamanha facilidade que só de fechar os olhos o rio corre ligeiro. O Guilherme desceu a rua de short jeans cintura alta vintage, botinha de cano marrom escura, camisa de botão estampada e dobrada nas mangas. O Guilherme desceu a rua em seu rebolado habitual e ajeitou a parte detrás dos cabelos como costuma fazer quando conversa comigo - ou com outras pessoas. O Guilherme desceu a rua e quando passou ao lado da árvore em flor arrancou-lhe uma, um pedaço. A rua vazia, meio claro meio nublado, um dia tipicamente curitibano. O Guilherme desceu a rua e eu fiz questão de acompanhar o seu movimento até não mais poder vê-lo. Não estava frio e ele desceu a rua para pegar o ônibus - dobrando a esquerda na Mateus Leme e atravessando outra rua. O Guilherme não tinha dinheiro e teve que passar no Itaú. Pegou dinheiro e assim seguiu caminho. De repente, me dou conta de que não havia fechado o cadeado. Tudo bem, eu nem fui tão longe assim, penso. O Guilherme desceu a rua e se fosse cinema ele tinha tido a sua trajetória interrompida. É que no meio da sua descida ele ia, mais uma vez, ser interrompido pelo corpo,braços,beijos e carinhos meus. Se fosse cinema, é claro. Se fosse mesmo cinema eu iria dizer Gui (ou Guilherme?), ele iria olhar para trás, acho que eu não ia correr porque não gosto de correr em descidas mesmo no cinema, e eu iria sorrindo ao seu encontro. Se fosse filme de bacana não teria música, comédia romântica uma trilha de fundo. O Guilherme desceu a rua, e  eu subi a rua e entrei em casa. Fechei o cadeado, fiz um carinho na Biscoito, passei pela porta um, pela porta dois, pela porta três e abri a porta quatro - que fica trancada para que o Café não entre no quarto em que estou dormindo. Tudo no quarto parecia não querer acreditar que o Guilherme havia aberto a porta quatro, passado pela porta três, dois, um, cadeado, portão de número zero e descido a rua. Ainda no lençol a marca do corpo do Guilherme. O choro é manso, eu disse. Me emociono com facilidade, tentei justificar. O Guilherme desceu a rua e agora é mais um dos poucos estrangeiros que guardo comigo. Ele tem cara de latino, dançarino de lambada, diretor de cinema e performer. Pernas finas, sobrancelhas arqueadas, magro, bem magricelo. Geralmente, quando ele ri inclina a cabaça para o lado esquerdo e volta com ela para o lado direito, assim como quem traça uma meia lua ao redor de si mesmo. Como quem desenha para si uma auréola invisível. O Guilherme tem uma graça trava, uma meninice boa, uma energia sóbria e atenta. É um pouco lânguido no andar, mas firme no pisar. O Guilherme desceu a rua e as suas botinhas faziam som de sapato alto na medida em que se friccionavam com o chão de paralelepípedo. Calcanhoto não quis ouvir, implicou com a gueixa. Vez por outra a gente se pega preso no olhar, um do outro. Ah, o Guilherme tem um detalhe que, talvez, seja a sua parte mais doce. Ele tem uma vesguice descontraída que parece ziguezaguear entre a gente quando a gente mira. O Guilherme desceu a rua e depois disse que queria me ver de novo. Tá bom, Gui.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013