segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O tempo arte, arde.

Andei pensando muito nisso por estes dias. Pensando sobre o que faço, sobre o que pretendo ser quando crescer, sobre o que quero mostrar com a minha arte, mesmo sem saber, de fato, como esta se chama. Hoje, sei que estudo um teatro de origem clássicas onde se torna cada vez mais difícil enquadrar ou encontrar uma razão para sua existência. Hoje, sei que venho também trilhando um estudo sobre as artes visuais e que pouco aprendo. Aprendo a, mais uma vez, reafirmar meu pensamento que gira em torno não do que é produzido e sim na forma que este produto é vinculado. O contemporâneo. Onde é mesmo que ele se encontra? Para mim, hoje, este moço tão falado por todos do meio está em qualquer lugar, basta dizer que se inspirou em algum fulano do renascimento e trouxe para a atualidade o tipo de pesquisa que o mesmo desenvolvia. Basta fazer uma colagem ou até mesmo pintar um quadro com os seus próprios espermas e chamá-lo de origem da vida que estás sendo contemporâneo. Lá, naquela casa onde tudo é permitido, tento me enquadrar de alguma forma, achar um significado mais sério dentro das coisas que produzo, mas quase todo esforço vai em vão. Mais uma vez, eu que sempre fui bem provido de uma magnífica oratória, basta falar no máximo cinco minutos bem embromados que bosta vira ouro. Cansei. Na outra casa, onde também tudo é aceito, mas com um pouco de sigilo, consigo ser um cadinho mais eu. Talvez, porque com o teatro eu tenha mais experiência se comparado a uma folha em branco tendo ao lado um pote de nanquim a encarar-me. Eu não sei onde tudo isso vai chegar. Nunca fui de ter medo do que gosto e quero fazer... Acho que o que tenho são dúvidas. O caminho não é fácil Avenca querida. Teatro? Meu Deus, mas porque não direito. Mais uma vez repito, prefiro ser um artista não reconhecido e mal remunerado do que um engravatado desempregado. Neste ponto, a minha classe é superior. Talvez só neste, mas isso é assunto para outro dia. O artista nunca está desempregado, pois ele pode criar sozinho, em dupla ou em grupo. Sua matéria prima é a imaginação e o despertar da criatividade. Digo despertar porque o melhor de ter idéias boas é o momento que elas surgem e não elas em si. Cada momento desse que deve ser pesquisado, o porque daquilo, o porque do vento e do asfalto cinza. Idéias boas se não forem questionadas logo são corrompidas por seus próprios criadores. É sempre assim... Eu começo a escrever e me perco em minhas próprias idéias. É assim que a coisa funciona. A abstração. Queria tanto que as pessoas aprendessem que também é possível criar com a lógica. Vejam os matemáticos. Embora até hoje não entenda bulhufas do que eles fizeram e como chegaram lá, posso reconhecer que muito trouxeram ao mundo e os considero verdadeiro artitas. Esta conversa toda já está virando um pé no saco. O foco é continuar e ser flexível para lidar com o inesperado. Sim, sou libriano e ser flexível é crucial para se relacionar comigo e com minha arte, seja ela qual for. Tenho saudade de minhas colas coloridas, mas também não quero usar delas no momento. Elas precisam de espaço. Também cansei de prendê-las, podando seus respingos. Mas as danadas me encaram todos os dias. Ainda não pintei a calça que me prometi. Não entrei na academia, nem muito menos fui visitar São Paulo. Não fiz nem metade das coisas que esperava fazer. Mas fiz outras. O tempo vai ser preenchendo de uma forma que se não mantermos rédea curta perdemos o controle. Eu perdi o meu. Só existem mais duas semanas de férias e isso não da tempo para quase nada. Tempo, taí um assunto que vou discutir bastante neste ano de dois mil e oito. Interpretar um personagem que carrega consigo a tão falada moral da história não sei muito bem se é a minha cara, a minha praia. Mas o ator precisa se desafiar eles dizem por ai. Perdão, mas isso para mim não é desafio e sim mais um exercício. Bom, esperamos bons frutos apesar de não sermos cristãos.

Um comentário:

Anônimo disse...

o tempo arde
e a arte o
invade

que seja assim
tempo
ardístico

!!!