sábado, 27 de dezembro de 2008

Que Bom!

Que Bom. Que Bom. Muito Bom. Perfeito.
Fui conhcê-lo e agora não sei onde se encontram meus calçados. é que para entrar em sua moradia precisei tirar os que usava. desse momento em diante passei a pisar em grandes folhas, apoiadas, por grandes nuvens, caminho prum sonho infantil. dentro deste, dois senhores, duas calças vividas, cuecas perdidas. um felino esperto que só. copos largos, transparentes... as obras de arte pouco falam de seus donos, mas muito dizem de quem convive com elas. explico: ser dono não é conviver, é preciso estar com a obra, fazer dela alguém, pedaço fundamental da casa assim como a privada. esses dois senhores sabem disso e o dono do monte mais ainda. monte é com e ou com i no final? não sei. mas pouco me importa a grafia das palavras quando quero tratar do som que fazem saídas de sua boca. seu tom menor, suave, gozo pequeno de quem saboreia cada buraco meu. pequenino trabalho com a essência, com o que fica quando tudo passa. é que você ficou por inteiro e ainda não sei nem se vou ter cadarços. a pouco tempo que aprendi que cadarço tem erre e não se escreve cadaço. pois é. o que me vale é ouvir você dizer e não saber escrever. o recurso da repetição presente não para tornar as coisas mais importantes, mas para torná-las mais longas. a gente tem disso. tem gente que diz que quando está próximo a quem gosta o tempo voa. sabe que não sei. é preciso aprender a valorizar o tempo e isso já começo a entender com você. não que tenha me explicado algo, mas a observação é fruto de meu maior ensino. o tempo não ousou passar depressa e pude viver cada segundo durando um segundo. faz tempo que isso não ocorria e me sinto feliz. quero mostrar meu sorriso no espelho, consertar meus freios para que eles possam cuidar de mim. preciso saber esperar, mas como dói a espera meu, minha santinha. lentilha. lentilha. lentilha. guardo ainda sobras do sabor. para trabalhar com ele é preciso ter compromisso. terno novo, sapato novo, gravata nova, blusa nova, tudo assim: reformado, repensado, com novos ares bebidos de séculos passados. é moda de brechó. blusa pra dentro da calça. tatuada. é assim. senta na rede. levanta da rede. faz poesia de mim com portas vinho. brinca de banheira azul retrô, mulher na banheira -pb- aroma da índia. tá todo mundo assim já? buscado fragâncias de outros. mas é que gosto mesmo quando falamos de nosso cheiro que vem da mistura de nossas peles com nossos perfumes. c-a-i-o! oi. é assim. assim deve ser. no fundo, longe, perto da garagem mora um portão. atenção!tirem os sapatos. estão entrando em um coração.

Nenhum comentário: