Ele nem é tão alto assim. Me disse que é poeta e que escreveu por gostar de mim.
Ele é tímido, mas participativo. Boa prosa, boa pessoa.
Ele é bonito.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
Vibrador
ando pelos lugares
analiso os homens
todos eles
ando pelos lugares
aliso os homens
todos eles
ando pelos lugares
procuro no reflexo sujo da poça
a minha imagem
ando pelos lugares
analiso os homens
todos eles
ando pelos lugares
aliso os homens
todos eles
ando pelos lugares
procuro no reflexo sujo da poça
a minha imagem
ando pelos lugares
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Problema
Ele era muito alto. Em todas as fotos de família ou de muitos amigos precisava ficar atrás, para não tapar ninguém. Eu sempre ficava na frente. Sou pequeno. Dito isso, hoje posso concluir que produzimos memórias como dois desconhecidos. Você lá e eu cá. Terminamos antes do amor partir. Em cada falsa lembrança.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
domingo, 6 de novembro de 2011
Augusto Oliveira Garcez
eu queria escrever como nos velhos tempos. amar como nos velhos tempos. cantar como nos velhos tempos e me vestir como nos velhos tempos. eu queria poder andar na rua como nos velhos tempos e ver a rua desses velhos tempos. eu queria ter cabelo como nos velhos tempos e ver brotar novos tempos desses velhos tempos. eu queria pular carnaval como nos velhos tempos, me locomover como nos velhos tempos, dar e receber como nos velhos tempos. eu queria dançar como nos velhos tempos, bailar as músicas daqueles e desses velhos tempos. eu queria a cara desse velho tempo, o nariz, a boca e o corpo todo daquele velho tempo. comer sorvete, andar de bonde, namorar no portão...como nos velhos tempos. não dá mais. passou e a gente é que trate de se modificar.
eu queria você. como nos velhos tempos.
eu queria você. como nos velhos tempos.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
domingo, 30 de outubro de 2011
De todos eles
só resta você.
eu te vi passar
te vi tentar dizer
me dizer
De todos eles
só resta o balé
a dança que não dança
e o cheiro de fruta
no pé
eu te vi passar
te vi tentar me dizer
me olhar
De todos eles
só resta o suor
o cabelo, as narinas, a franja
e o silêncio
eu te vi passar
te vi tentar me dizer
pelo meu corpo
e nele
esboçar
desenho
que
eu
possa
compreender
De todos eles
só resta você.
só resta você.
eu te vi passar
te vi tentar dizer
me dizer
De todos eles
só resta o balé
a dança que não dança
e o cheiro de fruta
no pé
eu te vi passar
te vi tentar me dizer
me olhar
De todos eles
só resta o suor
o cabelo, as narinas, a franja
e o silêncio
eu te vi passar
te vi tentar me dizer
pelo meu corpo
e nele
esboçar
desenho
que
eu
possa
compreender
De todos eles
só resta você.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Agendinha
sapatos novos
amarelo
preto
barba, cabelo e
bigode
evandro
toscana
tulipa
torre
tem espaço para todo mundo na rua do lado
ele acreditou nela.
e ela só queria brincar.
nele e com ele.
evandro.
amarelo
preto
barba, cabelo e
bigode
evandro
toscana
tulipa
torre
tem espaço para todo mundo na rua do lado
ele acreditou nela.
e ela só queria brincar.
nele e com ele.
evandro.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Manaus
De perto ele é bem diferente do que eu imaginava. Nem mais bonito, nem mais feio. Diferente. O maior sorriso do mundo, que muitas vezes vi registrado em fotos, dá lugar a um semblante sério e bem humorado. De uma ironia fina com um dos olhos mais fechados do que o outro. Tem um corpo calmo, se move com facilidade e requebra com rítmo. É liso. Faz comentários pertinentes e tem um perfume bonito.
domingo, 18 de setembro de 2011
Domingo.
Carnaval dentro de mim.
para não esquecer: o compomisso do ator-autor não é com a verdade, mas com a melhor ficção que cria de si mesmo.
para não esquecer: o compomisso do ator-autor não é com a verdade, mas com a melhor ficção que cria de si mesmo.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Terça-feira de feriado.
O bom mesmo é ter alguém deitado, na cama, ao seu lado. O bom mesmo é esse mesmo alguém gostar do seu corpo, das suas curvas e espasmos. O bom mesmo é levantar no meio da noite, trabalhar um poquinho, e ter a certeza de que esse mesmo alguém lhe espera no lugar onde o deixou. O bom mesmo é dançar os olhos pela estante do quarto, selecionar um livro dos prediletos e ler, versos para esse alguém. O bom mesmo é cortar as unhas dele, ir a padaria e preparar o lanche. O bom mesmo é ter doce de leite, coca-cola e cigarro. Tudo, tudo ao alcance das mãos para que não seja preciso levantar, desgrudar a pele. O bom mesmo é luz baixa, cobertor quentinho, filme na tv e revista de palavra cruzada. Para fazer junto, é claro. O bom mesmo é dividir angústias, fofocar, escolher roupa, cantar baixinho. O bom mesmo é namorar com os pés, disputar lençol e atenção com o noticiário. O bom mesmo é tornar público, sair para a rua com o rosto em forma de denúncia: amou. O bom mesmo é não ter medo da cor, do cheiro e da fome. O bom mesmo é saber que as horas passam, mas não tarda muito ele chega. O bom mesmo é ter bicho de estimação, planejar o nome dos filhos, dos amigos e a casa nova. O bom mesmo é tomar café e poder ter o luxo de jantar em casa, todos os dias. O bom mesmo é picolé de maracujá, pós-praia de domingo ao lado, atender o entregador de pijama e desejar bom dia as 19:00 horas. O bom mesmo é ter um espacinho, reunir os amigos, jogar conversa fora, bebericar coisas coloridas e bonitas, beliscar pequenos e gordurosos e não lavar a louça porque a Vilma vem amanhã. O bom mesmo é retornar para aquele mesmo livro, do ponto onde se parou, e continuar a viagem ao lado, fazer comentários, sublinhar, repetir frases, escrever no espelho aquilo que leu e que, no momento, achou a coisa mais bonita do mundo. O bom mesmo é andar pelado, acordar e dormir pelado. O bom mesmo é beijo de boa tarde, ligação inesperada, passar para buscar na saida da universidade. O bom mesmo é poder conversar sobre trabalho em casa, dividir o processo, o medo e a vontade. O bom mesmo é planejar viagem, reservar felicidades e alegrias, mesmo que clandestinas. O bom mesmo é pintar as parades quando der vontade, latir e terminar de brigar rindo. O bom mesmo era que tudo isso fosse verdade. Eu sinto saudade assim, inventando.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
O Canavarro
Alguém me falou esses dias uma pergunta de criança que não consigo mais tirar da cabeça: "Para onde vão os dias que passam?". Lembrei de algumas coisas, ou lembrei de tudo. Lembrei de você. Beijo, Lucas.
Doce alegria.
"Você existe tanto!", eu recebi hoje por mensagem no celular. Que bom. É bom saber que, de um jeito ou de outro, você construiu algo e que este algo cresce em movimento constante. É bom saber que reverbera, que não pára em você e segue como que...flutuando. Que bom.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Outra vida.
me sinto pequeno. me sinto grande. quero falar. não quero falar. prefiro que vejam. prefiro que não vejam. mas se virem quero que comentem. só sei conversar, trocar. quando falo do meu trabalho, falo de mim. falo dos afetos e das pessoas que me cercam. falo das minhas vontades, do medo, do terror e da experiência (como vivência). falo das noites sem dormir, dos intermináveis ensaios e das esperadas criações. falo do momento mágico e difícil que é parir poesia. falo também de ver o filho crescer, educar, dosar a mão e sobre ser flexível. falo de mim.
domingo, 28 de agosto de 2011
Capitu
ouvir a mesma música mil vezes. reler o mesmo livro mil vezes. declamar a mesma poesia mil vezes. beber a mesma bebida cem mil vezes. fumar o mesmo cigarro um milhão de vezes. ouvir a mesma música mil vezes pra ver se alguma coisa acontece.
sábado, 27 de agosto de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
no nosso bar, sempre tem um minuto para o silêncio.
Acordei hoje pensando no que você disse na mesa do bar. Reivindicar. Acho que herdei essa característica da minha época de militância estudantil e, tavez por isso, hoje, ela se manifeste na minha escrita. Ao contrário dos tempos passados, acredito que agora eu lute por causas menores. Falo de quantidade e não de qualidade. Causas são causas e, se pertinentes, merecem esforço e atenção. As minhas causas agora são minhas, do coração. A luta não é armada e também não tem tropa de ataque. É movimento de resistência, bloco do eu sozinho, escudo e o alvo na certa não te espera. Então, me diz, qual é a graça? A luta é pequenina, escorre pelas beiradas da pia, do mármore que sempre se faz frio mesmo em tempos quentes. Reivindico pelas palavras, na escolha delas e no modo como as uso que, nem sempre, é proposital. Reivindico porque acredito em outras formas, outras possibilidades de afinidade e jogo. Das passeatas e cartazes, dos caras pintadas e do nariz de palhaço, do panelaço e do beijaço herdei a multidão que hoje se abriga em mim. Dentro de mim um carnaval de pessoas desfilam por ruas e avenidas por tempo indeterminado do sujeito que fui outrora. Aqui dentro, sobra canção, melodia, rima e descompasso. É por este acúmulo de prosa e poesia habitada, por esta nova mudança quembreve vaiacontecer...por mim, por você, pelos meninos, pelas meninas: eu vou torcer.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
terça-feira, 16 de agosto de 2011
rosa choque.
eu estou pensando uma série de coisas e como estou sem agenda vou escrever aqui mesmo para não esquecer. talvez, a gente possa começar logo a colher materiais e ideias. pensei que poderíamos também fazer pequenas reuniões, encontros com outras pessoas para discutir e refletir sobre o tema e os seus possíveis desdobramentos. podemos criar um blog e ir arquivando nele as informações, fotos, textos e vídeos que passarem por nós. pensei, na verdade, vi muita imagens e gosto delas. são dois homens grávidos, barriga de látex. eu gosto. tem objetos, tem luz. a bandeira é um ítem importante a ser explorado também. pensei em chamarmos o denis para a supervisão de conteúdo. pensei que poderíamos trabalhar, quem sabe, em um rodízio de diretores como foi aquela peça que não lembro o nome de jeito nenhum. diálogos com alguém, eu acho.
sábado, 13 de agosto de 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
domingo, 7 de agosto de 2011
Talvez eu devesse.
eu gosto é do momento de quasechoro. quando a lágrima fica presa nos olhos e tudo parece úmido.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
pequeno relicário de prazeres e afetos
eu juro que tudo o que não é meu, mas me afeta, também vou guardar comigo.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
200
Ela sabia de tudo, mas não queria falar sonbre nada tamanha era a sua felicidade. Ela se configura desta forma: quando está feliz, tudo vai bem. Por outro lado, quando está infeliz, tudo é uma grande tragédia. É bonito ver como ela encontra conforto em si mesma e dentro dessa massa maleável de sensações busca força para continuar viva. Eu gosto de observá-la, de ver as mudanças em seu corpo e pele. A idade pesa, ela parece me dizer todas as vezes em que nos encontramos. Me infica filmes, eu os vejo. Parece que cada filme sugerido por ela vem acompanhado de um comentário sobre a vida ou algum momento que já vivemos. Tento decifrar, fico pensando em como seria se morássemos juntos. Não sei. A nossa relação hoje encontra-se em um lugar de conforto e espelhamento. Eu sou ela.
domingo, 31 de julho de 2011
breves considerações sobre um fim de semana no futuro
é porque queremos que dure para sempre. sim, eu quero. quero e lá, beirando o acaso no limite do racional em contato com o sentimental, me confessei. consegui dizer em palavras, articulando o que há muito tempo dentro de mim era vento. dei forma ao conteúdo. foi mais fácil do que pensei, juro. foi bonito.
*
os meus braços contornam os contornos das suas costas.
*
rosa-choque.
*
os meus braços contornam os contornos das suas costas.
*
rosa-choque.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
O menor sentido
Não faz o menor sentido. Todos sabem e, se não sabem, apostam. Não faz o menor sentido saber que você se divertiu, beijou outras pessoas e trepou com outro cara e isso não me possa ser dito. "Eu não te pedi em casamento... eu nem sequer toquei no assunto eternidade". Não faz o menor sentido eu saber por terceiros, pelos seus risinhos bobos tomados de certa dosagem de admiração e volúpia. Talvez, até os terceiros quisessem estar com você, lá. Tudo em torno de ti é mistério e eu não acredito que você venha pensando nas coisas que conversamos. Não eu não acredito. Nas faz o menor sentido, pois se você pensasse ao menos trocaria comigo uma ou duas palavras sobre. Quer dizer, penso que gostaria de trocar. Ou não. Mas se não, não faz o menor sentido porque tudo reafirma o quão você não está revendo o silêncio que levanta como bandeira e, neste simples movimento, me cala também. Suas não-palavras me levam a uma postura inativa e me conformo com a letargia desses dias de inverno. Fora isso, está tudo bem. Juro. Pode acreditar. Vai sempre estar tudo bem, pois eu aprendi desde cedo a ser uma fortaleza e remoer meus sentimentos e pensamentos sozinho. Esta tudo bem porque eu finjo esquecer, penso ser bobeira e, algumas vezes, me vejo até sendo capaz de fazer uma brincadeira. Esta tudo bem porque eu posso fazer essa escolha. Por você. Pela manutenção da nossa relação.
domingo, 12 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
Culpa
Talvez você tenha razão em se sentir culpado.
por aqui estava tudo calmo, tudo indo, tudo tentando.
você fez de mim tempestade e agora esconde os olhos.
não quer secar.
por aqui estava tudo calmo, tudo indo, tudo tentando.
você fez de mim tempestade e agora esconde os olhos.
não quer secar.
domingo, 5 de junho de 2011
G.
É QUE VOU COM OUTROS PENSANDO EM VOCÊ.
FICA, VAITERUMONTEDECOISA.
FICA, PORQUENÃOPOSSOLHEDEIXARIR.
FICA, VAI!
FICAAQUI.
paradoxo vivo
na partida, sempre a declaração.
meu amor,
meu amor,
meu amor,
FICA, VAITERUMONTEDECOISA.
FICA, PORQUENÃOPOSSOLHEDEIXARIR.
FICA, VAI!
FICAAQUI.
paradoxo vivo
na partida, sempre a declaração.
meu amor,
meu amor,
meu amor,
quarta-feira, 1 de junho de 2011
terça-feira, 31 de maio de 2011
Ele segurava o meu braço na tentiva de não me deixar ir. Mas era ele quem se dissolvia perante os meus olhos.
Eu queria poder seguir com você, seguir adiante, sabe? Continuar, descobrir, desvendar... Do depois do depois a gente é quem sabe, entende? Parece que não. Eu queria poder saber dizer as palavras certas e também desenhar as sensações corrteas, mas parece que você não percebe, não quer perceber ou acredita ser melhor que as coisas continuem assim, desta forma. Desde que nos conhecemos fazemos páctos silenciosos, olhares que firmam contratos dos mais duradouros que já tive. É uma empresa que sabemos manter, fazer circular, somos criador e criatura desses estados, dessas personas e singularidades que nos cercam e nos fazem sermos isso que não sabemos ainda definir. Um para o outro. O outro para este mesmo um. Quando retornas o meu discurso, quando pensei que falava e sentia alto sozinho, sinto-me frágil, preso, não sei onde colocar as mãos e nem em que velocidade balançar os braços, as pernas. Me curvo ao seu tempo repleto de dúvidas e questionamentos e assim sigo... Sigo por mais esta nebulosa que teimamos em colocar no nosso caminho. Quando digo que compreendo, falo a verdade. É fato. Mas só não posso sentir como você. Não tenho medo do que está por vir...não posso ter. Aprendi a trabalhar e ser um homem da ação. Passo dias cansativos no trabalho pregando este devir-fluxo e não carregá-lo para a minha vida seria uma grande ironia. Será que, por este ponto de vista, você me entende? "Eu esperava de você apenas coisas assim... Mas nunca em nenhum momento essa coisa enorme...". Entende? É casa criada e dentro de mim se espaço, percurso, copo cheio de vibrações. No auge de sua vulnerabilidade, negar foi para mim e, acredito, que para você também a nossa maior vitória. Precisamos estar conscientes, de olhos abertos, com a escuta atenta e o olhar preparado. Nada entre nós é ficção. É tudo verdade e os questionamentos sobre esses limites do discurso podemos continuar destinando para a sala de ensaio, onde o encontro é certo, marcado, dejado e querido. São só palavras, não se engane. São tentativas minhas de me redescobrir depois deste retorno, deste novo encarar de olhos e boca que, em algum lugar, eu já havia me forçado a calar. Não sei, de fato, não sei sobre o que é e nem como será. Só sei que, depois do depois, a gente é quem sabe. Como fizemos hoje, vivendo o agora.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
O Salão.
agora sou e ela. ela me pega pela cabeça, coloca a coleira e me leva para passear.
depois somos eu e eles tentando alcançar o corpo de um homem ideal.
depois são elas tentando alçancar o corpo de uma mulher ideal.
agora é o pianista embalando o salão com uma música estranha.
são metros e metros de fio de pérolas. todos querem.
ele estoura uma garrafa de champagne.
agora são dois se exibindo no bambolê. aplausos.
agora sou eu quem embala o salão tocando taças.
são sete os pedidos de reconstrução do nariz para hoje.
agora sou eu de braços dados com ela. queremos comer uma pizza, mas optamos pela rolha.
são eles todos sentados. levantam-se ao mesmo tempo. caminha e param. são constatações do tempo.
ela carrega um buquê de flores, mas não sabe para quem. desisite e o despeja no chão.
agora sou eu e ele que nos abraçamos e nos beijamos.
o garçom oferece mais bebida.
a noite parece acabar até que o homem do terno azul descreve como conseguiu enriquecer passando por cima de todas as pessoas que, um dia, acreditaram nele. essas pessoas somos nós.
agora são todos se tocando, tentando perceber no corpo as falhas.
agora é ela que dança ao som de uma música até então impossível de se dançar.
são as memórias de um elefante e sua gravata borboleta.
depois somos eu e eles tentando alcançar o corpo de um homem ideal.
depois são elas tentando alçancar o corpo de uma mulher ideal.
agora é o pianista embalando o salão com uma música estranha.
são metros e metros de fio de pérolas. todos querem.
ele estoura uma garrafa de champagne.
agora são dois se exibindo no bambolê. aplausos.
agora sou eu quem embala o salão tocando taças.
são sete os pedidos de reconstrução do nariz para hoje.
agora sou eu de braços dados com ela. queremos comer uma pizza, mas optamos pela rolha.
são eles todos sentados. levantam-se ao mesmo tempo. caminha e param. são constatações do tempo.
ela carrega um buquê de flores, mas não sabe para quem. desisite e o despeja no chão.
agora sou eu e ele que nos abraçamos e nos beijamos.
o garçom oferece mais bebida.
a noite parece acabar até que o homem do terno azul descreve como conseguiu enriquecer passando por cima de todas as pessoas que, um dia, acreditaram nele. essas pessoas somos nós.
agora são todos se tocando, tentando perceber no corpo as falhas.
agora é ela que dança ao som de uma música até então impossível de se dançar.
são as memórias de um elefante e sua gravata borboleta.
domingo, 8 de maio de 2011
Doença.
Faz tempo que eu não escrevo e, por isso, nem sei mesmo por onde começar. Gostaria de dizer que não venho me reconhecendo nesses novos tempos e que o tempo é algo que, cada vez mais, compreendo menos. Não me lembro onde larguei minhas calças, onde fiz minhas últimas apotas e, muitos menos, quantos dentes tem hoje essa dentadura que mastigo. Não me lembro de meu sobrenome e de minha cor predileta. Não me lembro do que que me prometi amar, ser feliz e viver. Não me lembro dos livros que li, dos que estudei e admirei. Não me lembro de nada antes dessa coceira que toma e atenção e o pensamento. São pequnas pintas vermelhas, tímidas. Quando tocadas e atiçadas elas crescem em fração de segundos e se transformam em estrias, caminhos em relevo. Sinto-me um monstro, um samurai esquecido, uma ameba em mutação genétca. Sinto-me, acima de tudo, um idiota, um problemático, um intelecutual de merda que não sabe lidar com os seus próprios problemas de pele e, consequentemente, com outras peles.
Eu não me lembro mais do seu cheiro e tudo o que digo hoje em relação a você é invenção. É mintira. Faz parte do jogo que criei para mim mesmo, para me salvar desse escuro turvo que me cerca. Não me lembro do meu batizado, da roupa que usava quando fiz minha primeira endoscopia e nem do sabor da lays de vinagre. Só sei me coçar e quando me coço me tenho e meu dou prazer. Sou uma grande placa alérgia que ronda pelo apartamento. Eu pedi um subway, mas a comida não me fez bem e há três horas eu arroto cebola.Já tomei um sonrisal. Quando coça a cabeça é a pior parte, tenho certeza.
Eu não lembro o porque de não me apaixonar por você. Eu não lembro quando meu corpo decidiu que acha o seu bobo e, por isso, não se satisfaz. Eu não lembro uma porrada de coisas que eu queria lhe dizer e hoje quase todas elas parecem não fazer mais sentido. Posso fazer uma rima? Eu não lembro da sua dor, do seu gemido. Fiz. Eu não lembro da cor de seus olhos, do peso de meus cabelos quando grandes e do sol entrando pela janela sem cortina. Eu não lembro de calçar tênis aos domingos e nem de fumar tantos cigarros. Quando coça é inevitável e eu preciso me concentrar ao máximo em outra coisa para não me arranhar. Inteirinho.
Eu nem queria escrever, mas quando começo gosto e torço para que não termine. Eu não me lembro nem de como me senti quando lhe vi na rua com outro homem. Risos. Eu não me lembro do nosso de nossos filhos, gatos e papagaios. Você ainda gostaria de ter um tucano? Eu sim. Se achar a idéia boba, por favor, tente me informar. Eu gostaria de saber sua nova opinião sobre o sistema e o sobre o aumento brusco nas passagens de ônibus e no picolé de limão. A coceira é como uma frebe localizada, um calor enlatado em algum lugar do corpo. Qualquer lugar. Não tem roteiro e, por isso, não se pode prever sua origem e término.
eu só queria que não coçasse tanto.
Eu não me lembro mais do seu cheiro e tudo o que digo hoje em relação a você é invenção. É mintira. Faz parte do jogo que criei para mim mesmo, para me salvar desse escuro turvo que me cerca. Não me lembro do meu batizado, da roupa que usava quando fiz minha primeira endoscopia e nem do sabor da lays de vinagre. Só sei me coçar e quando me coço me tenho e meu dou prazer. Sou uma grande placa alérgia que ronda pelo apartamento. Eu pedi um subway, mas a comida não me fez bem e há três horas eu arroto cebola.Já tomei um sonrisal. Quando coça a cabeça é a pior parte, tenho certeza.
Eu não lembro o porque de não me apaixonar por você. Eu não lembro quando meu corpo decidiu que acha o seu bobo e, por isso, não se satisfaz. Eu não lembro uma porrada de coisas que eu queria lhe dizer e hoje quase todas elas parecem não fazer mais sentido. Posso fazer uma rima? Eu não lembro da sua dor, do seu gemido. Fiz. Eu não lembro da cor de seus olhos, do peso de meus cabelos quando grandes e do sol entrando pela janela sem cortina. Eu não lembro de calçar tênis aos domingos e nem de fumar tantos cigarros. Quando coça é inevitável e eu preciso me concentrar ao máximo em outra coisa para não me arranhar. Inteirinho.
Eu nem queria escrever, mas quando começo gosto e torço para que não termine. Eu não me lembro nem de como me senti quando lhe vi na rua com outro homem. Risos. Eu não me lembro do nosso de nossos filhos, gatos e papagaios. Você ainda gostaria de ter um tucano? Eu sim. Se achar a idéia boba, por favor, tente me informar. Eu gostaria de saber sua nova opinião sobre o sistema e o sobre o aumento brusco nas passagens de ônibus e no picolé de limão. A coceira é como uma frebe localizada, um calor enlatado em algum lugar do corpo. Qualquer lugar. Não tem roteiro e, por isso, não se pode prever sua origem e término.
eu só queria que não coçasse tanto.
terça-feira, 12 de abril de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Avenca de Avenca.
Hoje vamos começar os tranalhos para a Avenca. O que antes era só meu e do outro Caio, agora é nosso. vamos lá.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
deste mato não sai cachorro.
eu me apaixono por você todos os dias. e, todos os dias, luto para que isso não aconteça.
domingo, 27 de março de 2011
quinta-feira, 10 de março de 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
domingo, 2 de janeiro de 2011
subindo as escadas, virando a esquerda e abrindo a porta:
no escambo: eu troco empadinha de frango por um beijo. copo de coca-cola por dois abraços. cigarros mil por seus braços, enlaçados nos meus. eu troco cinzeiro espanhol por carinho, bolsa de moedas por arrepio e botinha de couro branca por cama. eu troco laptop, a penis driver da internet sem fio e todo o aparato tecnológico por sua presença. no mais, se você vier, pode escolher outras coisas para levar. o mais importante já tiraste de mim: o meu sossego. eu curto.
é bem por ai que o ano começa:
- conseguir o meu diploma e colar gau na ufrj.
- me matricular na pós em videodança.
- terminar o projeto comercial de caco.
- contribuir para a feitura do projeto do doc.
- terminar o projeto do mato junto com a luar. fazer mil reuniões, unir pessoas, agregar valores e afetos. ensaiar, ensaiar, dançar muito para uma estreia linda.
- elaborar com o diogo o projeto da mostra pavlovsky.
- elaborar com a dóris um cronograma para miúda em 2011.
- fazer o ensaio de fotos dos aglomerados urbanos.
- fazer o ensaio de fotos das partes coreografas de caco.
- fazer o ensaio de fotos abraço-me-te com a dóris.
- lutar por uma temporada para caco.
- ficar alerta para novos encontros, projetos e pessoas.
- ler muitos livros, como sempre.
- ir mais a museus.
- estudar sobre fotografia.
- ler mais sobre o luxo, a porpurina e a decadência.
- dominar outro idioma.
- tentar compreender melhor quem eu sou
- tentar compreender melhor quem eu sou inserido ou ao lado das pessoas
- tentar compreender melhor o meu coração e as minhas vontades
- tentar compreender melhor o momento que estou passando.
- me matricular na pós em videodança.
- terminar o projeto comercial de caco.
- contribuir para a feitura do projeto do doc.
- terminar o projeto do mato junto com a luar. fazer mil reuniões, unir pessoas, agregar valores e afetos. ensaiar, ensaiar, dançar muito para uma estreia linda.
- elaborar com o diogo o projeto da mostra pavlovsky.
- elaborar com a dóris um cronograma para miúda em 2011.
- fazer o ensaio de fotos dos aglomerados urbanos.
- fazer o ensaio de fotos das partes coreografas de caco.
- fazer o ensaio de fotos abraço-me-te com a dóris.
- lutar por uma temporada para caco.
- ficar alerta para novos encontros, projetos e pessoas.
- ler muitos livros, como sempre.
- ir mais a museus.
- estudar sobre fotografia.
- ler mais sobre o luxo, a porpurina e a decadência.
- dominar outro idioma.
- tentar compreender melhor quem eu sou
- tentar compreender melhor quem eu sou inserido ou ao lado das pessoas
- tentar compreender melhor o meu coração e as minhas vontades
- tentar compreender melhor o momento que estou passando.
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