domingo, 30 de novembro de 2008

é que pouco sei do que quero.

guardei seu sorriso dentro de minha agenda e desde então sou só coração. sou só saudade do que não foi, do que ainda não vivemos, do que planejo e desejo. sou só amor, brega chic cafona hype. sou caminhar e caminhando em cada passo seu. sou estrada de tijolos amarelos onde todos seguem a mesma trilha. sou um teimoso que ainda acredita que as coisas podem dar certo. é, me entrego a você sem nem mesmo saber o gosto que seu beijo tem. sem nem mesmo saber que tipo de cuecas usa, sem saber seu doce e salgado prediletos, sem saber se sorri ou dorme depois. é que ainda nem pensei se vai suportar meus cigarros, meus eternos afagos, minhas fugas em direção a poesia em plena madrugada. não sei ainda se vai suportar minha agonias, minha dores pequenas e meu samba canção, coração. Mas mesmo assim me deito. me deito e em seu peito pretendo sonhar. sempre dizem que os sonhos não custam nada. grande, tolo engano. sonhos são tão caros que pago até hoje, em pequenas prestações, os que venho tendo com você. é que preciso de mais atenção. não sou de poucas palavras nem abraços. sou de laços. um dia me disse que encontraste com o carinho e dele, hoje, nem faz de conta. fico só. eu, você e o carinho. a chuva não finda desde que a ela demos outro significado. nem sei se posso dizer demos, mas digo. não sei até que ponto faz parte de minhas decisões, mas o desejo era que fizesse. fico só. eu, você e o carinho. fico assim... vendo passar de um lado para outro sem destino algum. queria que tomássemos mais cafés, que você segurasse minha mão e me levasse para ver o céu. é que quando coloca as mãos na boca, envergonhando-se, eu queria que o mundo parasse, estopasse e ficasse a te olhar. admirar. seus cabelos ralos, óculos que a pouco descobri. suas camisas de mensagem, seu relógio colorido e seu sorriso. seu sapato pé de pato, feito o meu. sua mochila com bottons sedentos por dizer algo. seu jeito tímido de ser, mas orgulhoso. o que se pode fazer? a população jamais atenderia ao chamado de uma simples avenca. santo deus, como as plantas sofrem preconceito. e como sofro por não me regares. e, por isso são regulares as dores e a perda da cor. como planta, reconheço que sou só tendência. mas não mudo de coleção junto à estação. mudo junto ao coração. ai sertão, ameniza a dor que sinto que é pouca, eu sei, mas enorme parece. vai sertão, traz seus gados pra cá, aduba novo pasto pra gente brincar? senti saudade da ciranda que fazia com meus alunos. sinto falta de meus alunos. sinto falta de aprender com eles e com você. ainda lhe devo. trevo. quatro folhas por apenas alguns trocados. sorte não anda brotando por aí, meu camarada. é. é, pancada.

*

arrepio.

domingo, 23 de novembro de 2008

Domingo.

Domingo.

um parabéns.
um abraço.
uma ligação.
um laço.
um saber que estão bem.
26,62.
bemdito.
maíra entende.
caio também.
nada
de
bengala
emocional.
me
leva.

=*

sábado, 22 de novembro de 2008

Lebres com Febre

Eu não sei, de fato, o que ocorre. Sei que ao ver você meu mundo se faz mais mundo. E as coisas podem ficar até bobas demais.

Como disse, foi primeiro a quitar uma dívida em tão curto prazo. Tá, eu ainda lhe devo bolachas. Prometo. Acho que vou começar a valorizar mais as pequenas revoluções e espero que realmente tenhas chegado em casa de sorriso aberto. Posso dizer que o meu, sorriso, ainda não cansou de abrir, embora no quarto eu me faça sozinho.

Olha que me fez uma pergunta e, não contentado com minha resposta, o céu mesmo fez questão de responder. Do fim de tarde, fez-se chuva novamente. É a lavgem corção, Do seu. É a esperança de uma boa nova para o adubar de novas terras. Ah, coração, desde que ao seu lado sambei, não abandono mais nossa canção. Canção essa, que nem nome tem ainda, mas não tarda terás.

Preciso dizer que me fiz surpresa quando disse que conhecias o conto que originou meu nome. Ninguém sabe desse nome. São singularidades... é preciso aumentá-las. Eu vou com o Caio, você vem com Clarice. te apresento a Hilda, a Ode e juntos fazemos um Cortazar. Te surpreendo com a suicída de Copa e vôce diz preferir os mais velhos, os mais antigos. Detalhes.

Cobri minha face com seu véu e por ele ainda me sento acolhido. O seu cheiro ficou: na nuca.

Peço que não estranhes, nem pese demais meus escritos. São leves, lebres com febre. Aqui é o lugar da poesia e tudo é motivo para e por. Se em seu jardim os integrantes moram tão alto, não vais estranhar pequenos passeios ao céu.

*

hoje eles se vão, levando junto um pedacinho de meu coração.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Tarde Sua.

Foi hoje que resolveram lavar o céu e a tempestade se fez num piscar de olhos. Pegou toda essa gente desprevinida e o que mais se viu e ouviu foi o retorcer das roupas fora do varal. Mas o problema maior não foi a blusa, o casaso nem o sapato de vinil. Foi que a cada gota que caía, quem se retorcia era meu coração.

Nesse pega daqui, torce dali o coração vai ficando pequeno, pequenininho, mas com tremenda elasticidade. dobra, desdobra, sobra. transborda. ah, coração. é que não paro de pensar com quanto ãos se faz sua canção. sabia? que a cada lágrima sua, era eu por inteiro quem me retorcia.

Nesse retorcimento. pega daqui, torce dali, parece que todos já encontraram o amor de suas vidas, de seus abraços e laços. eu continuo a buscar, apostando em olhares e complicados obrigados. apostando em novos jardineiros, mais férteis, menos cansados.

é que nesse pega daqui, retorce dali, fui eu quem foi pego.

domingo, 16 de novembro de 2008

Saba Nosso.

Ah coração. Faz assim não. Se ocê me chama prum samba, dele eu não quero sair nunca mais. Ah coração, diz assim não. Se eu sei que realmente dançamos ali, no escurinho, onde todos podiam nos observar... Vai, caminha teu destino, esquece este homem acrílico e volta pra mim. Vai, compra já teu regador de palha que eu mesmo providencio a água. Vai coração, pois quanto mais ocê vai mais vai querer voltar.