quarta-feira, 15 de abril de 2009

Tosse Seca.

é que foi tão bom conversar com você que ainda não sei se estou feliz, de fato ou se o fato foi feliz de. é que me perco em meus cigarros e pêlos e, quase por segundos, desejo viver tudo denovo. encontrar, conhecer, beijar, trepar, aniversariar, cuidar, brigar, terminar e depois... depois de um tempo, do seu do meu, ver que as coisas podem ser realmente como havíamos nos prometido. é que me perco em meus cigarros, que vão subir de preço no dia vinte, a caixa loira da padaria da daqui de copa me disse, e fico pensando... penso mil coisas e não realizo nenhuma. não faz mal. as coisas não precisam ser feitas no minuto seguinte ao que são elaboradas. quer dizer, pensadas. afinal, pensar estar longe de elaborar. elaborar é muito mais complexo, envolve uma série de segmentos que, quase sempre, são derrotados pela preguiça. ou seja, o elaborar funciona quase como uma peneira, deixando se realizar somente o necessário, ou seja, o que nos faria, ou me faria, falta. e me faz. por isso elaboro tudo que precisa nascer, tudo que de dentro de mim quer sair. tudo que fala mais alto do que minha própria vontade de gritar. hoje chuveu. muito, mas de forma rápida. na verdade a chuva durou o tempo de tomar um táxi e chegar ao destino desejado. foi a pressa que nos fez não esperar a chuva passar. poderíamos ter vindo de ônibus, ter guardado um pouco do dinheiro que pouco temos. mas issto também se revela como mintira. não, não teria vindo de táxi, pois tenho medo de andar só na rua da faculdade depois das vinte e duas horas. está certo que só eu não estava. mas estava com ela que de tão pequena é uma grande compania, mas que não funciona como proteção. talvez o meu gostar por ela seja tão grande que me sinto no dever de protegê-la. então, nesses momentos que estamos os dois juntos e sós, sempre optamos por chamar nosso táxi e ter a falsa sensação de que estamos seguros no caminho até nossas casas. faz tempo eu não escrevo aqui. é que precisava de um tempo mesmo. é que me afundo em meus cigarros e não sei mais quando parar. a tosse seca está aos poucos melhorando, mas ainda me prega peças. como, por exemplo, vir tussindo a viagem inteira de niterói até o rio de janeiro, me fazendo pensar estar atrapalhando a viagem de todos e não poder fazer nada. pensei, mil vezes, em pedir um gole da água do motorista, uma bala para a pessoa que estava sentada ao meu lado. mas nada fiz. estava com medo, tímido. fiquei ali, quieto, mas ao mesmo tempo com a atenção toda tomada para os meus eternos cofs cofs. a tosse te leva a uma ligeira irritação na garganta, que te leva a ter uma queimação após as refeições, que te leva a ter sede, que te leva a mastigar quarenta pastilhas de pesamar e genéricos. faz calor em copacabana. escuto adriana. vou buscar mais água. calma tua rosa que o que é seu, sempre volta completo pra ti. calma.

Um comentário:

Pontilhada disse...

e quem veria o Caio, logo o Caio, tímido?