sábado, 31 de janeiro de 2009

Sorvete de Limão.

Não sei para quem escrever, mas invejo. Não sei para quem olhas e quem deseja. Mas invejo. Não sei para onde querem ir seus pés calçados ou nus. Mas invejo. Não sei se bebes demais ou pouco vinho. Mas invejo sua compania. Não sei como se veste, como se pinta e com quem andas pelas avenidas. Mas invejo. Invejo cada passou e suspiro seu. Invejo seu travesseiro, colcha, retalho, porta-retrato. Invejo. Invejo seu piso frio, suas portas, seu colchão pelo chão, seu computador, seus dilemas. Invejo não ser sua musa, seu sorvete favorito, sua blusa já conhecida pelo eterno badalar. Invejo não estar nos seus sonhos, nos seus passeios de menino, em seus balões de ar. Invejo não ter tantas asas para contigo poder voar. Ai, como invejo suas coca-colas, seu jeito balanciado de ser. Como detesto essa ironia que vem não sei de onde e contagia. Como odeio sua mesa de bar, seus amigos, seu altar, suas bermudas por lavar. Seus chocolates, vícios repentinos, interfaces. Suas palavras sempre sábias, seu jeito doce de olhar nos olhos e pedir atenção. Invejo até o seu amor de irmão. Sorvete de limão. Cansei. Beijoz.

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