sábado, 31 de maio de 2008


Eu queria também, além de lhe pedir desculpas como fiz agora no telefone, lhe dar de presente esta foto, este ir embora do sol. Onde podemos ver o burburinho da Paulista e o Conjunto Nacional com sua linda cachoeira colorida. Na verdade, é para me dar alegria e alegrar-te também.

Nada mais é igual depois deste avião.

Esperado

Aconteceu. E agora aparece a repetição do clichê. Infelizmente, é preciso constatar que onde há alegria também há sofrimento. Acho que vou me perguntar sempre, ao longo de minha vida, onde se esconde a razão que torna as coisas assim, difíceis. Eu que tanto desejei este momento, agora, me vejo aqui, remoendo as consequências do mesmo. É de uma alegria que não cabe em mim. É como usar um par de sapatos três ou quatros vezes maior do que o número que costuma calçar. Sinto meu corpo pulsar, meu coração agitado, tudo se resume a uma postura inquieta, uma pilha de nervos. Quando tudo parace estar bem, há sempre alguém querendo estragar. Já disse, eu entendo, mas não posso compreender. O entedimento e a compreensão são instâncias, pelo menos para mim, um pouco distantes. Peço desculpas por talvez estar acelerando as coisas. Por não saber dar tempo ao tempo... É que dessa vez, acho que é mais uma vez real, entende? Consigo e quero ver um futuro a partir do ocorrido. Mesmo já tendo vivido tudo isso, me comporto sempre como se fosse a primeira vez. Não por escolha, porque acho que este tipo de comportamento lida com o espaço do incontrolável, inacessível. Eu já quero estar com você em muitos minutos, lhe abraçar, ficar horas a fio admirando suas feições e as dobras de seu corpo. Quero ter mil crises de riso e saber saborear cada vídeo teu, arrumando para cada um, um elogio sincero e uma crítica pautada. Eu quero ver o levantar de suas sobrancelhas e sua cara quando se envergonha. Quero dividir meus cigarros, minhas músicas e sonhos. Quero ir a padaria e voltar cheio de sonhos na sacola. Não sou marinheiro de primeira viagem, como já disse, mas a compra de um novo barco requer sempre novas estratégias. Navegar não é fácil, mas nem por isso é preciso temer. Em alto mar encontra-se de tudo. Grandes ondas, sujeira, golfinhos, lindos nascer e por do sol e tempestades como esta que já estamos vivendo. Seja ela pouco ou muito significativa para o que nos une... Sempre gostei de dificuldades, mas lhe asseguro que a disputa não me enche os olhos, pelo menos este tipo. Quero ter você se quiser ser meu. Nada posso fazer para alterar seus sentimentos, mas confesso que torço para que eles sejam esta crescente erupação que são os meus agora. Faz pouco que lhe vi e já sinto uma saudade daquelas. Receber sua ligação é como receber um presente, mesmo o assunto dela não sendo muito agradável. Mas este assunto, eu entendo e compreendo. Pois ele vem de você. Desculpe se fui apressado ou coisa parecida, mas não faço mais parte do clube que esconde seus sentimentos e desejos. Eu sou fiel as minhas vontades e pretendo continuar sendo. Até breve, assim espero.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Onde dentro de mim?

Estou sentindo falta das coisas compactas. Estou sentindo falta do fácil acesso às mãos. Estou, na verdade, no meio de uma grande mudança. Não sei como lidar. Entendo que é preciso esperar, mas até quando? Já faz muito e o tempo continua passando. Vão se fazer poucos e eu já estarei aí. Que saudade... Nunca tive um sentimento que não pudesse comentar. Agora tenho: este. Este, que de tão seu, me fugiu o controle. que não sei mais onde entro, termino, nem como me chamo perto ou longe de você. que não me estipula regras de conduta, que me deixa assim solto, mas que me pega de surpresa. Eu que nunca precisei dar satisfações a ninguém, agora me vejo as dando a minha própria pessoa. Tornei-me um vigilante de mim mesmo e posso dizer que esta experiência não é legal. Eu queria poder telefonar. Fazer pipoca no microondas. Lavar a roupa suja, entende? Realmente acredito que dentro de situações cotidianas os diálogos fluem com mais facilidade. O ator de fazer uma ação, gera um comentário que desemboca em outro e, quando se vê, já se forma um assunto. Devíamos ser assim. Aceito um convite para arrumar seu armário.

***

são quatro. um fica. outro vai. dois esperam. outro volta. um continua no mesmo lugar. dois lametam a partida.espero.