terça-feira, 12 de julho de 2016

Rua dos Dominicanos

As montanhas da sua boca 
Toldo nos meus lábios 
Lembrar do gozo ao lado
Para irmã Rosa, do telefonema
Que só queria dar um abraço
Que absurdo, essa gente toda
Reunida tentando abrir um vinho
Duas perdas totais que
Não se perderam
Ainda se perde quem se ama?
Eu chorei na primeira vez e
Destruí o final da balada
Como é frio e chato descer
A Inácio as sete da manhã
Duas vezes ornitorrinco 
Quando eu tinha pequenininho
Uma mania idiota de olhar
Por entre as frestas 
Eu jamais diria que não é você
O meu poeta favorito
Você, a quem eu prometi
Não chorar a cada despedida
Você, que me fez o convite
Mais bonito do ano
E que tem o rosto invertido
Quando canta as coisas que eu digo
E quem nem poderiam ser cantadas,
Tal qual foi dito na música que nos uniu
Eu disse que completaria o poema
Que aumentaria as palavras
Que já me pareciam lindas demais 
Para que eu ousasse incluir 
Os meus escritos 
Sempre tortos e nunca fiéis 
A tua beleza

Que eu amo  

quarta-feira, 27 de abril de 2016

hoje de tarde
eu namorei sua foto
escondido
de mim mesmo
até que desconfiei
de mim mesmo
e na claridade
ri de nervoso
de mim mesmo
mesmo

terça-feira, 26 de abril de 2016

mas a mim nenhum som me importa afora o som do teu nome que eu adoro

sexta-feira, 8 de abril de 2016

acabar com o seu caso
destruir seu casamento
sua casa
moradia

acabar com a sua vida
derrubar o seu copo
lamber sua ferida
ainda aberta
viva

acabar no seu discurso
te chamar de raimundo
vasto nada
travessia do cão
manada

acabar na sua pele
beijar seu colo
seu corpo todo
sua língua
ainda jovem
afiada

te cortar na faca
servir em pedacinhos
na bandeja
prateada
mais barata
do mercado
muffato
quando o Francisco
ri
de
manhã
já é noite
no Japão