quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Para variar: estamos:

Estamos, aos poucos, descobrindo o que fazer com a CASA. estamos tateando o seu lugar, o espaço que ela ocupa em cada um e também dentro dela mesma. estamos tentando dizer, tentando amar, tentando dar nome ao que dentro é grito. estamos dançando, cavando buracos no ar, feitos chicletes que, quando em bola, explodem sem aviso. estamos abrindo mão de algumas crenças, aceitando outros sabores e assuntos. estamos tentando lidar com a falta de alguns, com a nova presença de outros e também com a saudade. cada canto, cada estante, cada armário fala e chora pelo coelho. mas que coelho é esse? que lugar ele ocupa e que tanto choro ele promove? talvez, a resposta esteja nas girafas e não no coelho. estamos caminhando descalços para sentir melhor o piso que ainda não sabemos se é tábua corrida ou pedra trabalhada. estamos olhando para as paredes, curtindo suas manchas e variações do tempo. estamos tendo idéias, pensando em ampliar as janelas e diminuir as portas. estamos pensando a CASA como indivíduo, como abrigo maior para uma série de novos e indecifráveis abrigos. estamos andando de biclicleta, patinete, velocípede e, as vezes, engatinhando. estamos, de fato, comendo cofres, gavetas, talheres e todo e qualquer objeto terminado em dor. estamos pensando em fotografias que se desfazem, útero, brasa, nascimento e morte. estamos estruturando três idades, três momentos com cortes transversais. estamos crescendo e amando este novo ser que vamos apresentar ao mundo. em breve.

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