domingo, 31 de janeiro de 2010

Para o movimento.

Quando você me disse que ia fazer as malas e pedir carona na estrada até o Rio de Janeiro tudo ficou para trás. Eu, por alguns instantes, esqueci meu nome, minha identidade, meu sorvete predileto e meu sexo. Esqueci que estava também em outra cidade, outro país e consegui nos imaginar andando pelas ruas de Copacabana. Eu te levaria ao teatro, aos centros culturais, o levaria para todos os bons bares e clubs. Para as melhores livrarias, festas e amizades. Eu te levaria ao Cristo, muito alto se fosse preciso. Eu te apresentaria o mar de Ipanema, os meninos do projeto e lindas de Niterói. Você conheceria a Beatriz, a Alezina e todas as pessoas que me nutrem de amor e energia. Você poderia me chamar por qualquer nome, pois eu o chamaria de felicidade ou algo que ainda não tem nome. Eu o levaria para tomar um café também, ali na Santa Clara tem um delicioso. Nós faríamos mais coisas que o tempo permitisse. Mas você não vai vir e eu não o julgo por isso. Sei que és corajoso, muito. Mas sei também que os tempos são outros e, hoje, você está focado em estudar para definir o futuro de sua vida. Quer dizer, pelo menos a acadêmica. Eu sei que você não virá, mas isso não muda nada. Não muda os desejos, os sonhos e vontades. Não muda o meu sorriso, a minha cara boba, o meu coração milkshake ao pensar na possibilidade de lhe ter um dia aqui comigo. Por isso, continue fazendo juras. Promessas. pedidos, bilhetes, recados, loucuras. Suas atitudes mantém o que um dia criamos de mãos dadas. Hoje, o que já foi físico se transformou em poesia e não por isso menos interessante. Eu gosto de lhe beijar pelas minhas escritas. Gosto de te amar em cada vírgula de minhas frases. Gosto de pensar em um gemido, um medo derretido pelo ponto de exclamação. Eu gosto de fazer carinho usando dois pontos. Gosto de falar bobagem ao pé da orelha e entre aspas. Por fim, gosto do que nos tornamos. do que sou e somos.

Um comentário:

estela rosa disse...

o dia em que as minhas/suas lágrimas não forem mais recíprocas eu me/te mato.